P - Bom, Antonia, inicialmente gostaria de agradecer por você oportunizar esse tempo aqui para contar um pouquinho da sua vida. Muito obrigado. Antonia, antes de mais nada você poderia falar o seu nome completo o local e a data de seu nascimento.
R - Antonia Maria do Carmo Rangel, 22 de outubro de 1964, Brasília.
P - Qual é o seu envolvimento com o programa Cultura Viva? Amplo, né? (risos)
R - É um trabalho, eu estou no Programa Cultura Viva desde 2005. O Programa ele foi criado em 2004, eu entrei no Ministério em 2005 e meio que quase que imediatamente no programa, né, Cultura Viva à partir de dezembro de 2005.
P - Você podia contar pra gente como foi a sua entrada assim, onde você estava e depois pra onde, como você entrou pro Programa, a participar?
R - Bom, como entrei no programa ou como entrei no Ministério porque primeiro eu entrei no Ministério.
P - A participar do programa.
R - Eu estava trabalhando, eu morava em São Paulo, fui convidada pelo Ministério para trabalhar na Secretaria de Políticas Culturais com Plano Nacional de Cultura, isso em julho de 2005. E em dezembro eu fui convidada pra trabalhar na secretaria, antiga Secretaria de Programas e Projetos Culturais, hoje Secretaria da Cidadania Cultural que é a secretaria responsável pelo Programa Cultura Viva, como chefe de gabinete, eu estou lá até hoje.
P - Bom você imagina que você tenha visto vários projetos, várias iniciativas. Você poderia descrever uma pra gente, uma que foi bem impactante pra você, uma experiência?
R - Uma experiência que foi bem impactante pra mim foi logo no início, foi uma experiência ruim inclusive, mas que teve um saldo muito positivo que foi a experiência do Agente Cultura Viva. Que a gente teve várias dificuldades no pagamento das bolsas, era uma parceria com o Ministério do Trabalho, uma parceria que acabou tendo dificuldades no pagamento dessas bolsas, o que fez com que esses jovens se reunissem, se...
Continuar leitura
P - Bom, Antonia, inicialmente gostaria de agradecer por você oportunizar esse tempo aqui para contar um pouquinho da sua vida. Muito obrigado. Antonia, antes de mais nada você poderia falar o seu nome completo o local e a data de seu nascimento.
R - Antonia Maria do Carmo Rangel, 22 de outubro de 1964, Brasília.
P - Qual é o seu envolvimento com o programa Cultura Viva? Amplo, né? (risos)
R - É um trabalho, eu estou no Programa Cultura Viva desde 2005. O Programa ele foi criado em 2004, eu entrei no Ministério em 2005 e meio que quase que imediatamente no programa, né, Cultura Viva à partir de dezembro de 2005.
P - Você podia contar pra gente como foi a sua entrada assim, onde você estava e depois pra onde, como você entrou pro Programa, a participar?
R - Bom, como entrei no programa ou como entrei no Ministério porque primeiro eu entrei no Ministério.
P - A participar do programa.
R - Eu estava trabalhando, eu morava em São Paulo, fui convidada pelo Ministério para trabalhar na Secretaria de Políticas Culturais com Plano Nacional de Cultura, isso em julho de 2005. E em dezembro eu fui convidada pra trabalhar na secretaria, antiga Secretaria de Programas e Projetos Culturais, hoje Secretaria da Cidadania Cultural que é a secretaria responsável pelo Programa Cultura Viva, como chefe de gabinete, eu estou lá até hoje.
P - Bom você imagina que você tenha visto vários projetos, várias iniciativas. Você poderia descrever uma pra gente, uma que foi bem impactante pra você, uma experiência?
R - Uma experiência que foi bem impactante pra mim foi logo no início, foi uma experiência ruim inclusive, mas que teve um saldo muito positivo que foi a experiência do Agente Cultura Viva. Que a gente teve várias dificuldades no pagamento das bolsas, era uma parceria com o Ministério do Trabalho, uma parceria que acabou tendo dificuldades no pagamento dessas bolsas, o que fez com que esses jovens se reunissem, se articulassem. A dificuldade em três meses, quatro meses sem esses jovens estarem recebendo a bolsa deles fez com que eles se articulassem com outros jovens de outros Pontos, e aí que foi o embrião de uma rede de Pontos para discutir a dificuldade dessa ação do Agente Cultura Viva. Só que já era um programa tão bem entranhado nos Pontos de Cultura que também assim... uma ação que poderia ter sido um desastre, pelo conteúdo do programa, pela grandiosidade do programa, ela acabou fortalecendo o programa em vez de prejudicar o programa.
P - Isso foi em?
R - Isso foi no inicio de 2006, ou seja, eu já estava entrando no programa, eu entrei no final de dezembro de 2005.
P - Normalmente você vai nos locais, como funciona?
R - Eu visito vários Pontos. Eu sou chefe de gabinete e gerencio algumas ações também dentro do Programa. Em 2007, eu não sei a data direito, eu gerenciei algumas ações do Programa, que foi a Ação Griô, essa ação Agente Cultura Viva. A gente entrou meio na tentativa de regularizar a situação dos jovens que foi uma ação inclusive que ela foi finalizada e está sendo reconstruído.
P - Você poderia contar um pouquinho mais de como foi, por exemplo, com a Ação Griô, como foi. Vocês foram pra encontrar com esse grupo, propuseram, eles vieram com propostas. Como se dá essa dinâmica, como foi?
R - A Ação Griô ela foi pensada junto com o Ponto de Cultura e a gente teve um consultor que pensou essa ação junto com essa experiência que tinha em Lençóis.
P - Tudo bem, você fez a trilha? (risos)
R - Não fiz a trilha.
P - Então tudo bem. Pensando no Programa, né, onde que você vê que o Programa ajuda no trabalho desses grupos?
R - O mérito do Programa, eu estava conversando, existem outros programas do governo e que não andam, são programas legais mas que também não andam. Eu acho que o grande mérito desse Programa é que ele não impõe, ele não impõe, ele acaba que é um outro tipo de Estado, é um Estado que dispõe, ou seja, na medida que a sociedade, ela ajuda na construção, ela diz o que quer, ela vai realizar um projeto idealizado por ela, e não algo que alguém de repente foi lá e construiu um teatro num bairro. Então isso ajuda com que as pessoas preservem espaço, preservem o próprio Ponto de Cultura, né?
P - E você pensando assim “Qual são os desafios de hoje do Programa?”
R - O grande desafio do Programa hoje é garantir que esses grupos recebam os recursos sem toda a burocracia que tem por trás disso. A gente tem, como não é um projeto homogêneo você atende grupos em várias situações, você tem grupos muito despreparados tecnicamente, então tem dificuldades com prestação de contas, tem dificuldades em apresentar um projeto mais consistente. Então a dificuldade que o Programa hoje enfrenta é de superar esses entraves burocráticos com prestações de contas, simplificar essa prestação de contas, né, não é que não tenha que ter prestação de contas, ela tem que ter, mas ela tem que ser mais simplificada.
P - Vocês estão pensando que a proposta que tenha muitos anos ainda com esse programa acontecendo, né, anos e anos?
R - A idéia é que vira política do Estado e não de Governo, com certeza.
P - Perfeito. Isso já entra na nossa próxima pergunta, que é assim quais são esses desdobramentos, as expectativas que vocês tem, que você tem em relação a esse Programa. Onde você espera vê-lo para que alguns anos?
R - A minha expectativa é que ele vire uma política de Estado em que ele não fique, ele não oscile o governo ou outro governo, e que você consiga atender cada vez mais e mais grupos culturais.
P - E do seu dia-a-dia, como é que é o seu dia-a-dia de trabalho. Você poderia descrever pra gente, normalmente. Você viaja muito pra esses lugares, como que é esse envolvimento com os programas?
R - Eu viajo mais ou menos. Eu como sou chefe de gabinete eu viajo, mas não viajo tanto.
P - Você vivencia as formações, como que funciona?
R - 2006, 2007 como eu era chefe de gabinete e gerente das ações, eu participei bastante, no início de 2006 a gente realizou 14 oficinas do Cultura Digital e de Gestão Compartilhada. Isso foi feito junto com o Instituto Paulo Freire e com o Instituto de Pesquisas em Tecnologia, que eram um grupo de pesquisadores mesmo de cultura digital, e participei de todas essas oficinas com vários Pontos de Cultura. Oficinas em que você no primeiro dia você montava um projeto, a idéia é que você começava montando um projeto e fazia esse projeto de forma compartilhada para no final da oficina você ter um produto. Então foi algo bem interessante. Você trabalhava não só na formação do pessoal com os equipamentos da cultura digital, os conceitos do Cultura Digital, mas também na gestão compartilhada, você fazia algo de forma coletiva.
P - Tem alguma história que falta a gente perguntar para você, que você gostaria de registrar sobre o seu envolvimento com o Programa ou enfim.
R - Ah eu tenho uma história, não é história mas é algo que eu achei muito legal. Eu viajo pouco, mas acabei viajando e acabei indo para a Colômbia, e ao saber que eu ia pra Colômbia, um Ponto de Cultura, que é o Pombas Urbanas. “Ah que tem uns amigos lá, você podia ir visitar”, a gente está trabalhando na montagem de uma rede Latina Americana de teatro. E eu fui visitar e é muito interessante porque é um Ponto de Cultura, é um Ponto de Cultura na Colômbia que não é Ponto de Cultura porque não está, não recebe dinheiro do Estado, não está dentro de uma política de governo, nem de Estado. Mas os formatos são os Pontos de Cultura daqui, aí nessa visita eles me contaram que iam se reunir no final do ano pra realizar uma peça Dom Quixote, eles iam encenar o Dom Quixote com 13 grupos de teatros diferentes, de países diferentes. E a gente estava organizando o Congresso Panamericano de Cultura que aconteceria mais ou menos na mesma época que eles estavam pensando em que a peça estaria sendo encenada, e aí a gente trouxe e eles fizeram, foi uma coisa, foi uma experiência muito interessante, muito legal.
P - Legal. Como que é, desculpe essa é uma pergunta.
R - Porque eu também fiquei pensando como que vai, como que eles vão contar (risos), eles meio que fizeram a residência, eles vieram com 20 dias de antecedência, então eles encenaram as suas cenas em seus países, vieram um tempo antes, uns 20 ou 30 dias antes, acho que foi 20 dias, né, e ensaiaram, ensaiando, ensaiando para poder costurar as cenas, ficou muito bem costurado, ficou muito legal, muito legal.
P - Legal.
R - Pra mim eu ter participado, pra mim foi muito interessante. Você vê a coisa sendo construída, muito legal.
P - Ok então, pra finalizar tá? Pra você, o que o Programa Cultura Viva significa para o Brasil? Super simples essa hein (risos).
R - Eu acho que o que ele significa hoje? Eu acho que é uma maneira diferente do Estado se relacionar com a sociedade. Eu acho que o grande mérito do Programa é ele dar essa nova possibilidade de governar, de relacionamento entre Estado e sociedade, pra quem viveu, eu nasci com a ditadura, nasci em 64, né, e hoje a gente vê o Estado, e eu acho que é uma coisa nova, você vê o Estado se relacionando, eu acho que é um avanço (risos).
P - Com certeza. Muito obrigado Antonia, obrigado pela sua palavrinha
Recolher