P - Então Walter, a gente vai começar perguntando o nome completo, o local e a data do nascimento.
R - Eu me chamo Valtemir Cedro dos Santos, nasci na cidade chamada Jacobina, na Bahia, e nasci no dia 19 de novembro de 1978, hoje eu estou fazendo 31 anos, né?
P - Bacana. Walter conta para gente um pouco do trabalho que você desenvolve, o que você está fazendo aqui? Conta um pouquinho do processo.
R - Eu sou do Ponto de Cultura Invenção Brasileira, né, da cidade Taguatinga no Distrito Federal, nosso maior foco lá do nosso Ponto de Cultura é trabalho com mamulengo, teatro de bonecos. Nosso projeto é um dos primeiros projetos da ação do Cultura Viva, foi de 2004 para 2005, a gente desenvolveu dentro da nossa comunidade varias oficinas de teatros de bonecos, e como a gente já tinha um trabalho em trâmite dentro de software livre, a gente trabalhou um tempão com software livre também, e aqui eu vim participar também para fazer uma parte de articulação entre as pessoas, porque eu sou da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura, eu sou um articulador dentro da comissão e faço uma parte também de coordenação da Comissão Nacional dentro da Teia, Teia Brasília, agora Teia Ceará 2010.
P - Queria que contasse um pouquinho, se puder desse começo do projeto e o começo seu no projeto?
R - Meu projeto, 2004, 2005 a gente foi aprovado o projeto e eu comecei no Ponto de Cultura dando oficina de teatro popular, os primeiros três meses com oficina de teatro foi muito legal, foi um acompanhamento bem legal, de outros Pontos de cultura. A gente conseguiu formar por varias pessoas, inclusive tem pessoas já saindo, que saiu de dentro do Ponto de Cultura, dando oficinas por ai. Daí eu entrei no movimento logo em 2006, 2006 teve a primeira Teia, Teia que foi em São Paulo, e eu fui me interessando pelo movimento do Ponto de Cultura, né, como eu já dava oficina, eu comecei também a entrar na parte política do movimento, que foi...
Continuar leituraP - Então Walter, a gente vai começar perguntando o nome completo, o local e a data do nascimento.
R - Eu me chamo Valtemir Cedro dos Santos, nasci na cidade chamada Jacobina, na Bahia, e nasci no dia 19 de novembro de 1978, hoje eu estou fazendo 31 anos, né?
P - Bacana. Walter conta para gente um pouco do trabalho que você desenvolve, o que você está fazendo aqui? Conta um pouquinho do processo.
R - Eu sou do Ponto de Cultura Invenção Brasileira, né, da cidade Taguatinga no Distrito Federal, nosso maior foco lá do nosso Ponto de Cultura é trabalho com mamulengo, teatro de bonecos. Nosso projeto é um dos primeiros projetos da ação do Cultura Viva, foi de 2004 para 2005, a gente desenvolveu dentro da nossa comunidade varias oficinas de teatros de bonecos, e como a gente já tinha um trabalho em trâmite dentro de software livre, a gente trabalhou um tempão com software livre também, e aqui eu vim participar também para fazer uma parte de articulação entre as pessoas, porque eu sou da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura, eu sou um articulador dentro da comissão e faço uma parte também de coordenação da Comissão Nacional dentro da Teia, Teia Brasília, agora Teia Ceará 2010.
P - Queria que contasse um pouquinho, se puder desse começo do projeto e o começo seu no projeto?
R - Meu projeto, 2004, 2005 a gente foi aprovado o projeto e eu comecei no Ponto de Cultura dando oficina de teatro popular, os primeiros três meses com oficina de teatro foi muito legal, foi um acompanhamento bem legal, de outros Pontos de cultura. A gente conseguiu formar por varias pessoas, inclusive tem pessoas já saindo, que saiu de dentro do Ponto de Cultura, dando oficinas por ai. Daí eu entrei no movimento logo em 2006, 2006 teve a primeira Teia, Teia que foi em São Paulo, e eu fui me interessando pelo movimento do Ponto de Cultura, né, como eu já dava oficina, eu comecei também a entrar na parte política do movimento, que foi nascendo, na verdade nasceu dentro da Teia São Paulo, né, esse movimento foi crescendo, crescendo, e logo depois eu fui eleito como um representante dos Pontos de Cultura do Centro Oeste, foi bem legal para mim. E eu tive uma abrangência muito grande de articulação dentro do Centro Oeste, e a partir desse momento foi me dando mais vontade, mais interesse em estar brincando, é tipo de uma brincadeira também, é um tipo de vontade de estar junto com esse movimento do Ponto de Cultura, pega uma coisa muito nova no Brasil, que estava crescendo, estava crescendo e a gente não sabia por onde, era um crescimento muito grande e a gente não sabia como isso estava acontecendo. Depois com o tempo que fomos vendo, que assim, tinha todas as pessoas, todos os Pontos de Cultura tinham uma necessidade, que é comungar, comungar o seu trabalho, isso precisava ter um produto e esse produto ser mostrado para outras pessoas. E através dos projetos de Ponto de Cultura a gente começou a ver isso, ver que tinha muita gente pelo país fazendo o mesmo trabalho que a gente, né, que fazia um trabalho parecido, e a gente começou a comungar, um comungar com o outro. Então esse movimento veio a acrescentar bastante para gente assim, produtores, fazedores de cultura do país. E a gente começou a trabalhar com outros Pontos, outros movimentos assim, e daí não só envolveu os movimentos do Ponto de Cultura, foi envolvendo também outros movimentos, trazendo para o Ponto de Cultura. Aí no ano seguinte aquele pessoal que fazia aquele movimento que não era o Ponto de Cultura, gostou muito do trabalho que a gente vinha desenvolvendo, pela articulação nacional e foi também fazendo projetos de Pontos de Cultura. Então para gente foi maravilhoso, esse início do Ponto de Cultura, ser Ponto de Cultura, né, tem seus altos e seus baixos, né, como tudo na vida, Mas é um projeto maravilhoso que a gente, eu particularmente espero que venha mais e mais projetos, que isso seja, não vou falar eterno porque é uma palavra muito forte, mas que dure um bom tempo nesse país, que esse país estava precisando de um movimento desse, de um movimento de Pontos de Cultura, de movimento onde você possa expressar, você possa falar com pessoas que fazem o mesmo tipo de trabalho que o seu.
P - Walter, sobre o Cultura Viva quando você começa a participar, quando o Ponto começa a participar, como é isso?
R - A gente começou no inicio de 2005, 2004 para 2005, ai se não me engano a gente foi numero 58 do edital, que foram 100 Pontos de Cultura, acho que a gente foi numero 58. E foi uma coisa muito nova, né, assim de repente o governo abre um edital para dar ênfase a um trabalho que já estava sendo realizado dentro das suas comunidades, como coisa muito nova pra gente, a gente ficou meio assim no inicio, falou “Pô, e agora o que vai acontecer? A gente foi aprovado em um projeto no Edital, está chegando dinheiro, a grana está chegando e ai, a gente vai focar em quê?” Como nosso projeto era focar mesmo na parte de oficina de teatro de bonecos e cultura digital e software livre. Então a gente só pegou a grana e foi dando ênfase ao trabalho que já estava sendo feito dentro do cultura Programa Viva. E aí a gente foi aprofundando, estudando mais o que era o Cultura Viva, o que era esse movimento? O que era isso que estava crescendo, que estava chegando um movimento novo, estava chegando no país, que já chegava com destaque muito grande, né?Aí a gente foi estudando, o que era isso ,o que era o movimento, depois que a gente foi compreender que era todas nossas ansiedade e nossos anseios estava chegando de uma forma bem devagar para e sucinta, né, que é esse movimento do Ponto de Cultura, que é o Cultura Viva, para gente foi muito feliz, ficamos muito felizes em estar dentro de um programa desses, que é o Cultura Viva. E para gente teve um crescimento muito grande, né, no país, na área de cultura, né, onde a gente começou a conhecer mesmo a cultura do país dentro do Cultura Viva.
P - Você sabe me dizer assim, o que mudou, na maneira de trabalhar de vocês do Ponto e depois que entraram no Cultura Viva?
R - Olha, depois do Cultura Viva a gente começou a conhecer pessoas, grupos que faziam o mesmo trabalho que a gente, então o Cultura Viva além de ter esse aspecto de aglutinar, tem também este aspecto de conhecimento, de conhecimento de outros grupos, de outras pessoas. E pra gente foi muito satisfatório de estar vendo isso: “Pô a gente está sendo reconhecido pelo nosso trabalho e tem pessoas que fazem o mesmo trabalho que a gente lá no Pará, lá na Bahia, lá em São Paulo e só foi mesmo juntar essas experiências e junta ao Movimento”.
P - Walter e a comunidade, como é que começa a se envolver com o programa?
R - Olha, foi muito louco nossa comunidade, gente fazia oficinas, tinha um trabalho que a gente fazia sempre nos finais de semanas, tinha apresentações e oficinas durante duas, três vezes por semana. A comunidade foi chegando, tanto de um jeito dentro do Ponto de Cultura, e que a gente não sabia mais onde era mais casa da comunidade e onde era o Ponto de Cultura. Porque as pessoas conviviam dentro, e a gente sempre deixava bem claro para as pessoas: “Esse é um movimento que está crescendo muito no país, veio de um programa chamado Cultura Viva, que está crescendo e é legal vocês se apoderarem mesmo, a comunidade se apoderar desse movimento, porque é um projeto, projeto acaba, projeto acaba e o movimento não pode acabar, o movimento tem de continuar”. Então a nossa comunidade aceitou muito bem esse movimento Ponto de Cultura, esse Programa Cultura Viva, por mais que nosso projeto já acabou, nosso convênio de Ponto de Cultura, nós temos um convênio de Pontão de Cultura, mas a comunidade está lá, conhece o movimento, conhece o Programa e fica sempre pedindo, cobrando da gente coisas que está vindo assim, de editais, de artistas de outros estados que a gente fez bem esse intercâmbio, trazer pessoas do Programa de outros estados para estar se apresentando dentro do nosso projeto, dentro do nosso Ponto.
P - Vou te fazer uma pergunta bem difícil, são varias histórias durante esses anos, mas tem alguma que você possa contar que marcou assim, para mostrar esse movimento para comunidade, uma coisa interessante assim?
R - Olha, foi quando a gente recebeu o Ponto de Cultura Invenção Brasileira, um lugar pequeno na comunidade no mercado Sul, Taguatinga do Sul, que é uma comunidade meio que marginalizada pela sociedade. O mercado Sul foi o primeiro prédio que foi construído em Taguatinga, então numas ruas, nuns bequinhos, em Taguatinga não tem becos, e lá tem dois becos, uma coisa muito louca, a gente fez o nosso Ponto naquele lugar, o lugar que era marginalizado pela sociedade por tráficos, prostituição, quando a gente chegou, a gente abriu mesmo a cabeça das pessoas para aquele momento, para aquele espaço, porque ali era um espaço que deveria ser cuidado, fazia parte do patrimônio da cidade. Aí com o tempo, 2004, 2005, 2006, 2006 para 2007 a gente recebeu uma caravana de ministros, de vários países, e foi muito louco para gente, receber dentro do Invenção Brasileira uma caravana com ministros de vários países no beco fechadinho, a gente convidou outros Pontos de Cultura e então foi uma festa muito legal. E as pessoas não entendiam o que eram aquilo, porque de repente é acostumada a viver no beco lá, fazendo seus artesanatos, fazendo suas coisas, de repente chega uma caravana assim que fecha tudo aquele local, aquele espaço de polícia, com não sei o quê, com helicóptero para receber uma caravana. Foi muito legal assim, a sociedade, a nossa comunidade gostou muito da história depois, e depois com o movimento também, logo depois foi chegando gente de países, sempre iam lá conhecer o espaço Invenção Brasileira, o Ponto de Cultura em Invenção Brasileira.
P - Walter, qual é assim para você os próximos futuros, os desdobramentos do projeto?
R - Olha, como eu te falei assim, eu sou um admirador muito grande desse projeto, do Programa Cultura Viva assim, eu venho desde o início me dou bastante a esse movimento, e a tendência desse movimento crescer muito mais assim. A gente está chegando há 3 mil Pontos de Cultura agora. E eu acho que não vai parar por ai, eu acho que esse movimento vai crescer muito ainda, é um movimento muito forte, um movimento que está fazendo uma revolução na história do país, esses cinco anos de Cultura Viva, cinco anos do Programa Cultura Viva fez uma revolução cultural no país. E a tendência é só crescer, você pode ter certeza que em 2010, 2020 esse movimento vai estar muito grande e mais organizado do que está agora.
P - E dentro do Ponto onde você trabalha, qual é a expectativa futura assim?
R - Olha, a partir do Programa Cultura Viva a gente tem um crescimento muito grande também com nosso trabalho assim, a gente conseguiu também espalhar mais esse nosso trabalho que é de teatro mamulengo, era um teatro que não estava sendo esquecido, não estava sendo visto pelas pessoas. A partir do programa a gente começou abrir esse leque que era um mamulengo, um teatro de mamulengo, que é o primeiro teatro do país e a maioria das pessoas não sabem, não conhecem esse tipo de teatro de bonecos. Pra gente foi muito grande, vocês começaram a abrir esse leque de mamulengo para todo país, teve um crescimento muito grande para nosso trabalho assim. Nosso trabalho foi muito reconhecido no país e em outros países através do Cultura Viva, do Programa, porque a gente estava sendo convidado não só para falar, nem só para fazer mamulengo, também para falar do Programa Cultura Viva em vários lugares, pela experiência que gente teve, então nosso trabalho teve um crescimento muito grande a partir do Programa.
P - E daqui para frente o que você imagina para o Ponto?
R - Olha, a tendência como um todo assim, com uma expectativa de crescimento, né, acho que daqui para frente vai crescer muito mais, a gente conseguiu formar vários mamulengueiros, várias pessoas trabalhando com teatro de bonecos, e já está espalhado pelo país fazendo esse trabalho. Então, querendo ou não esse foi graças ao Programa Cultura Viva e a tendência é só crescer, como a gente formou essas pessoas, essas pessoas formarão outras, e assim esse movimento vai crescer, crescer junto do Cultura Viva, que é um movimento de teatro que é dentro do Cultura Viva assim, então para gente foi muito bacana e a tendência é só crescer.
P - Walter, queria agradecer a entrevista.
R - A gente agradece em nome da Invenção Brasileira, eu agradeço bastante e acho que seria bem legal essa historia que vocês estão fazendo, o resultado vai ser bem legal mesmo.
P - Obrigado, Walter.
R - De nada.
P - Obrigado.
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