Menakalose estava na barriga da sua mãe e um dia quando foi pra roça e indo numa caçada, e quando seu pai foi pegar castanha em outro povo Irikbastia, quando seu pai retornou ela já tinha nascido. Porém quando ela nasceu seu pai não ficou satisfeito, pois ele queria que tivesse nascido um filho homem, seu avô chegou a propor que ela fosse enterrada, porém quando chegou sua tia, ela salvou a sua vida.
Quando nasceu estava acontecendo a mudança de aldeia halataikwa, foi essa a aldeia que cresceu e quando completou 9 anos, aprendeu artesanato junto com suas amigas. O motivo de aprender o artesanato foi para não perder a essência da sua cultura, portanto aprendeu a arte de fazer saia e tornozeleira. Sua mãe falou que elas tinham que se virar pra fazer a própria saia, então elas precisaram aprender.
Menalakose estava no rio tomando banho, nem sabia o que era menstruação, sua amiga falou: Olha você está com sangue, você está menstruada, precisa procurar benzedor pra poder soprar todos alimentos. Ela então foi pra seu resguardo, pra ela foi muito difícil viver esse processo de afastamento dos seus amigos. Existe um remédio feito pelo tronco de uma árvore, que após ralar essa casca, se prepara essa medicina, sua mãe preparou pra ela. Ela então teve febre e teve que entrar em dieta e só podia comer alimentos soprados pelo Howanatali, seu pai que cuidou do seu processo e que liberou ela pra sair do resguardo e comer novos alimentos. Mas um mês depois ela menstruou de novo, o resguardo foi menor, de apenas uma semana.
Depois de se transformar em moça e voltar pro mundo coletivo da aldeia ela fez amigos novamente e participou pela primeira vez do ritual Derohi junto com suas amigas. Alguns meses depois ela participou do Kateoko, que é o ritual das mulheres. Ela se divertia bastante dançando junto com suas amigas durante o ritual.
Seu pai a levou para pescar no rio, e foi quando ela se deparou com a usina no rio Juruena. Foram dois barcos que fizeram essa viagem para esse rio, ela ficou muito impressionada quando encontrou a usina, afinal era algo muito diferente da aldeia. Porém durante essa viagem um dos Enawene foi picado por uma cobra venenosa, ele estava pescando com os parentes, o menino não encontrou pra ninguém, porém devido ao inchaço os parentes perceberam, o menino precisou ser levado para cidade, mas ela não voltou com ele, ela voltou para aldeia.
Alguns meses depois ela foi trabalhar no pedágio, os Enawenê administram o pedágio da estrada que foi feita em cima da terra deles, porém ela não se acostumou a ficar trabalhando nesse pedágio e quis retornar para aldeia.
Foi o seu primo que escolheu o seu marido para casar com ela, ela estava solteira e seu primo pegou a rede dele e trouxe para sua casa, e a avisou: esse será o seu marido. Ela casou, porém não se deu bem com ele, ela ficou solteira novamente justamente por não terem se dado bem. Outro homem olhou e achou ela interessante para casar com o seu sobrinho, ele então abordou o pai dela pra que ele buscasse a rede desse rapaz e selasse o casamento, porém seu pai não liberou de primeira, mas acabou cedendo e ela se casou. Quando casou novamente, ela não se acostumou, estava envergonhada, não era acostumada a ficar com homens, achava que não estava pronta para se casar.
Então eles mudaram a aldeia com seu marido novo e foi morar na aldeia nova enquanto sua casa era reformada. Alguns meses depois seu marido quis voltar pra casa antiga da sua mãe, ela ficou muito chateada, outro homem se interessou e quis casar com ela, mas seu pai não autorizou, seu pai mandou ele embora até que seu marido antigo sentiu falta dela e quis retornar para seu lar, mas meses depois ele decidiu retornar para ela e tiveram um casamento harmônico e feliz.
O sonho de Menalakose é ser uma benzedora, sopradora para dar continuidade o trabalho do pai e a espiritualidade da pai.