Meu nome é Layla Garrido Pereira, moro em Saquarema. Nasci no Rio de Janeiro em 21 de março de 1957. Sou pedagoga, mas no momento não exerço a profissão. Atualmente trabalho em movimentos sociais e também tenho uma microempresa, um quiosque na beira da praia em Saquarema, em Jaconé. Pertenço a AMEAS - Associação de Mulheres Empreendedoras Acontecendo em Saquarema; também sou membro de fórum da Agenda 21 local de Saquarema e também sou representante do quarto setor do fórum regional da Agenda 21 Comperj no qual sou secretária técnica de uma secretaria executiva que foi formada no fórum. Também faço parte da Rebal [Rede Brasileira de Agendas 21 Locais] o Calico [Carlos Frederico Castelo Branco] o elo da Agenda 21 do Rio e também sou membro do consórcio Lago São João, sou do subcomitê de bacias hidrográficas em Saquarema. surgiu de um grupo de mulheres que sempre quiseram fazer alguma coisa pela causa das mulheres e da situação que acontecia em Saquarema. Em Saquarema não tinha essa representação e nós estávamos tentando há vários anos que tivéssemos alguma coisa organizada e conseguimos. Fizemos parte de políticas públicas para mulheres e começamos o nosso trabalho e vamos desenvolvendo um trabalho muito bom, estamos com representação em quase todos os conselhos de Saquarema: no conselho de saúde; no conselho de infância; de assistência social. Na área ambiental também nós temos uma educação ambiental. Nós vamos fazer agora em outubro dois anos. Eu participo desde a fundação, nós fundamos a associação. Na associação fazemos capacitação e empreendedorismo; educação ambiental, educação social. Nosso trabalho é focado mesmo no empreendedorismo da mulher. Faz muito tempo que estou envolvida com movimentos sociais. Você está lidando com uma cinquentona, a gente já trabalha desde que fui morar em Saquarema. Já tem uns 30 anos mais ou menos que a gente trabalha em Saquarema e pela necessidade do local,...
Continuar leituraMeu nome é Layla Garrido Pereira, moro em Saquarema. Nasci no Rio de Janeiro em 21 de março de 1957. Sou pedagoga, mas no momento não exerço a profissão. Atualmente trabalho em movimentos sociais e também tenho uma microempresa, um quiosque na beira da praia em Saquarema, em Jaconé. Pertenço a AMEAS - Associação de Mulheres Empreendedoras Acontecendo em Saquarema; também sou membro de fórum da Agenda 21 local de Saquarema e também sou representante do quarto setor do fórum regional da Agenda 21 Comperj no qual sou secretária técnica de uma secretaria executiva que foi formada no fórum. Também faço parte da Rebal [Rede Brasileira de Agendas 21 Locais] o Calico [Carlos Frederico Castelo Branco] o elo da Agenda 21 do Rio e também sou membro do consórcio Lago São João, sou do subcomitê de bacias hidrográficas em Saquarema. surgiu de um grupo de mulheres que sempre quiseram fazer alguma coisa pela causa das mulheres e da situação que acontecia em Saquarema. Em Saquarema não tinha essa representação e nós estávamos tentando há vários anos que tivéssemos alguma coisa organizada e conseguimos. Fizemos parte de políticas públicas para mulheres e começamos o nosso trabalho e vamos desenvolvendo um trabalho muito bom, estamos com representação em quase todos os conselhos de Saquarema: no conselho de saúde; no conselho de infância; de assistência social. Na área ambiental também nós temos uma educação ambiental. Nós vamos fazer agora em outubro dois anos. Eu participo desde a fundação, nós fundamos a associação. Na associação fazemos capacitação e empreendedorismo; educação ambiental, educação social. Nosso trabalho é focado mesmo no empreendedorismo da mulher. Faz muito tempo que estou envolvida com movimentos sociais. Você está lidando com uma cinquentona, a gente já trabalha desde que fui morar em Saquarema. Já tem uns 30 anos mais ou menos que a gente trabalha em Saquarema e pela necessidade do local, pela deficiência do local você começa a se envolver. Nós moramos em um lugar, por exemplo, que não tem água e nem saneamento básico, em uma cidade turística, isso dá muito problemas para os moradores. Eu também fiz parte de associações de moradores por dois mandatos, a Associação de Moradores da Restinga de Jaconé, fiz dois mandatos lá, conseguimos ônibus para o local na época que não tinha acesso. Devagarzinho a gente foi colocando as pessoas com uma qualidade de vida mais ou menos integrada, porque era muito difícil as informações chegarem. A gente conseguiu ajudar um pouquinho nesse processo. MUDANÇA PARA SAQUAREMA Fui para Saquarema por uma causa muito curiosa, o meu marido tinha se aposentado e eu era bancária, trabalhava no sistema financeiro há 19 anos e quando tiveram todos aqueles planos econômicos, eu surtei. Ele aposentado e eu nessa ciranda toda; como tinha uma casa de praia, tive essa opção de morar lá. Fiz um acordo com o Banco para eles me demitirem, para eu ficar com privilégio de morar em Saquarema. Isso já foi há muito tempo, tem 26 anos. Tenho muita lembrança da primeira causa: a luz do local era um acordo, um grupo de pessoas, uma só tinha energia e nós rachávamos, no final do mês a gente pagava aquela pessoa. As ruas não tinham a rede baixa. O que tinha a gente negociava para fazer isso, até hoje nós não temos iluminação pública no local, a gente faz isso também na parte solidária, o nosso bairro mesmo sendo de Saquarema ainda tem certos problemas, mas a coisa principal foi a luz; as geladeiras eram de querosene. Aquele pessoal era muito mais veranista do que morador, você tinha que fazer eles entenderem que os moradores precisavam deles para que a gente conseguisse alguma coisa. Nós fizemos um acordo de amigos, uma união de amigos que depois mais tarde teve um amadurecimento de se formar uma associação de moradores que foi a Associação de Moradores da Restinga de Jaconé que tinha já um presidente, mas não era registrada. Minha maior alegria foi o primeiro registro dessa associação com CNPJ [Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica] e até hoje está funcionando com outros representantes. A Agenda 21 a gente conhecia por ler jornais, conhecia daquela época da Eco 92. Na área de educação, a gente sempre estava imbuída de informações, estudei um pouco com eles a situação quando teve a Eco 92, mas senti que isso depois parou. Quanto ao município começou-se um processo de Agenda 21 com todo gás possível, informação e publicações, depois ela não resistiu, não avançou. Só agora com o Comperj [Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro], com a caravana do Comperj, nós ficamos envolvidas com a causa, fomos convidados como sociedade civil organizada e ficamos acompanhando o processo desde que aconteceu aquele movimento de eleição. Eles fizeram uma plenária grande de duas mil pessoas em Itaboraí e as associações participaram, nossa associação participou, na época eu era da AMARJ, Associação de Moradores e Amigos da Restinaga de Jaconé e consegui ser uma das representantes da comunidade do quarto setor. Foi assim que começamos a entrar de cabeça na Agenda 21 e pensar na formação de uma Agenda local. A Caravana Comperj foi uma iniciativa da Petrobras, ela precisava que o município entendesse a proposta deles como empresa, porque eles queriam mostrar para a comunidade o que era o tripé, essa sustentabilidade que tanto falam e as pessoas não conheciam. Esse projeto foi bem divulgado na comunidade e as pessoas compareceram nesse encontro que foi um encontro muito grande em Saquarema. Foi explanado todo projeto desse maior investimento da América Latina, eles mostraram para a gente com riqueza de detalhes. Foi um fórum que eles fizeram em Itaboraí, foi divulgado em todos os 15 municípios em torno desse complexo, Saquarema na época não estava, por causa do Conleste [Consórcio Intermunicipal da Região Leste Fluminense], ela ficava fora. Mas em função da água Saquarema entrou, porque eles precisariam também de água, nós não temos nem a água suficiente para cobrir nosso município, tem uma empresa que faz isso que é Água de Juturnaíba, mas foi em função da água que Saquarema entrou nesse processo. O Comperj irá precisar dessa água. Eles já têm um trabalho feito, têm água, o município tem, eles não tinham, mas agora a CEDAE [Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Estado do Rio de Janeiro] já está entrando lá. Nas outras audiências que nós participamos, nós questionamos isso, a gente cobrava, Saquarema entrou em função da água. O Comperj vai precisar usar a água do município. Saquarema não participava, porque estava fora da área de influência, ela fica um pouco afastado dessa área de segurança. Como nós íamos ter aquele efeito, ia mudar completamente a nossa vida, porque nós íamos sofrer um impacto ambiental e social, porque muita gente em Saquarema estava sabendo disso e já começaram a querer morar. O fórum nós já estamos em Lei. Estamos agora esperando as nomeações, porque isso é um processo que agora a gente já está fechando, já é Lei no município, ele é consultivo e deliberativo. Foi um avanço porque nenhum fórum da Agenda 21 que a gente conheça, pelo menos eu não conheço, é deliberativo e a Lei nos facultou essa situação, nós somos consultivos e deliberativos. Nós estamos aprendendo a lidar com isso, porque as pessoas do fórum da Agenda 21 estão trabalhando para ter um entendimento e ir colocando todos os setores afinados para trabalhar com essa situação nova que é o fórum deliberativo. Falo de Saquarema, embora seja representante do Comperj regional. No caso desses 15 municípios, eles criaram essa secretaria executiva, eu sou da secretaria técnica. A gente já está com um trabalho consolidado do diagnóstico local, voltaram o trabalho da regional, deu uma parada e foi voltado o olhar para os municípios. A gente estava trabalhando na confecção desse diagnóstico, já está ponto, nós estamos esperando só a publicação As pessoas participam, porque nós temos o dia certo, toda primeira segunda feira do mês e isso já é uma prática. Agora nós estamos nos preparando para que esse fórum se abra mais, ainda está precisando de mais entendimento, nós estamos trabalhando nisso, porque temos um projeto e já estamos trabalhando nele. A deficiência do turismo é uma das principais questões debatidas. O turismo local, porque um lugar que não tenha saneamento básico e água em todos os municípios, que é o caso, o turismo fica um pouco prejudicado. As pessoas questionam o saneamento básico e a parte de educação. Saquarema era qualificado como penúltimo em qualidade de vida, só perdia para São Sebastião do Alto se não me engano. A gente não podia ficar com essa realidade, estamos trabalhando para que essa história mude. Nós estamos trabalhando nessa questão de ser deliberativo, temos seis representantes do Governo, seis representantes do empresariado, seis representantes de sociedade civil organizada e seis representantes da comunidade. Anteriormente nós não tínhamos contemplado comunidades, coisa que na lei já foi implantado, o quarto setor, a lei tinha sido feita, mas errada. Nós conseguimos retornar isso tudo a lei já está completamente organizada só que na hora de fechar foi aprovado um fórum deliberativo, nós estamos trabalhando nesse entendimento, porque deliberativo vai ser uma coisa muito complicada. Normalmente fóruns são consultivos, a gente está trabalhando nessa situação para ver como vai conviver com essa nova situação do fórum. São seis de cada setor, para ter a paridade no Fórum de Agenda 21 local. Nós já temos inclusive aprovado o regimento interno do fórum. Eu sou coordenadora do quarto setor. O que acontece é o seguinte: pela Lei ainda não ter nomeado as pessoas, nós estamos trabalhando ainda sem essa direção. Estamos trabalhando como fórum, todo mundo nas causas, todo mundo trazendo os problemas, fazendo palestras, agora mesmo nós vamos ter uma pessoa do MMA [Ministério do Meio Ambiente] lá para fazer uma surpresa e também um representante das agendas 21 da Rebal, ele vai dar uma palestra para a gente, para o fórum, porque temos que colocar a comunidade, as pessoas que ainda estão de fora, dentro do fórum para entender realmente o que é uma Agenda 21. A nossa dificuldade é fazer com que as pessoas entendam o que é uma Agenda 21, como ela funciona; é essa a nossa missão. Nós estamos nos reunindo numa associação, em um setor religioso, uma casa de irmãs que é um centro social católico; a associação como é também membro do fórum, suplente do terceiro setor, elas cedem o espaço. Tem acontecido, mas não é o ideal, as primeiras reuniões a gente também fazia na igreja porque tem espaço e nós não temos espaço para isso. Aonde cedem o espaço a gente faz, antes quando eram só os setores, nós fazíamos, por exemplo, em Jaconé em um clube, outros faziam na associação comercial. Quando juntou o fórum todo ficou difícil por causa do lugar que tem que ser central. O fórum é aberto, embora nós tenhamos as nossas reuniões de coordenadores, o fórum sempre foi aberto, qualquer pessoa pode participar. Eu sou representante do quarto setor no fórum regional. O fórum regional tem quatro representantes de cada setor: temos um representante do Governo; um do terceiro setor que são ONGs e associações; um representante da parte do empresariado e uma da comunidade. São quatro representantes de Saquarema que vão para o regional. Mas no local são seis de cada setor. A escolha dos representantes foi por eleição. Depois do fechamento dos trabalhos locais, dos trabalhos setoriais é que se fez, não foi bem uma eleição, porque já estávamos trabalhando naquela coisa do consenso, quem despontou, quem trabalhou bem e quem se candidatou a trabalhar pelo fórum é que teve a oportunidade de representar. Nós temos sim [ações concretizadas], a água em um dos bairros não chegava, não tem água no bairro Jaconé; isso foi apontado em todos os setores até mesmo no Governo. Todos os setores apontaram que essa era uma prioridade: o acesso, porque tem muitas ruas que ainda não tem acesso, não tem asfalto; e o saneamento básico, nós não conseguimos ainda o saneamento básico, mas já está agendado já tem publicações em jornais. Nós impulsionamos isso e colocamos na frente de todas as prioridades, a nossa prioridade foi a água e a CEDAE como concessionária, vai fazer esse trabalho nesse bairro, já foi aprovado, já foi publicado. Nós estamos só aguardando, como Agenda 21 vamos cobrar isso, vamos querer saber quando começa e quando termina porque essa é a função do fórum; a gente quer que essa agenda no sentido da palavra, que ela se cumpra, estamos trabalhando nisso. O PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] colocou Jaconé na frente e a gente sente que foi uma pressão do fórum sim e nós estamos até com convites para a CEDAE fazer essa palestra do fórum da Agenda 21 convocando toda a comunidade local para assistir como vai ser esse projeto, como vai ser o financiamento. Eles dizem que começam essas obras no final de outubro e nós estamos aguardando. A Maior dificuldade do fórum é o local e os equipamentos. O fórum, às veze,s não recebe pessoas de outras religiões, a gente tenta dizer para as pessoas que está sendo feito em um lugar de uma crença, que é onde ofereceram lugar e uma pessoa é do fórum. Sinto que o espaço adequado está nos faltando. A gente está com planejamento de fazer itinerante é uma boa ideia, mas a gente vai sempre encontrar com a situação de não ter o lugar e ter que alugar clube. Nem sempre a gente consegue fazer isso sem custo e equipamento. A gente fica contando, fazia atas, a gente era todo organizadinho. É sempre a boa vontade, mas não temos um espaço, precisamos fazer arquivos, fazer uma memória e isso realmente é uma coisa... Ferramenta nos está faltando, vamos continuar contando com a boa vontade das pessoas, mas o equipamento realmente é deficitário no município. O fórum de agenda 21 local em Saquarema foi fundado em 2009. Foi muita preocupação, a própria associação de moradores, da qual eu não fazia mais parte, me deu uma procuração “você precisa ir lá ver isso, porque nós estamos preocupados”. Na época eu não estava na gestão, já tinha feito dois mandatos e eles me passaram uma procuração para representá-los, falei: “tudo bem eu vou saber o que está acontecendo” “a gente está preocupado, como é que pode vem um monte de gente pra cá.” Eles com medo dessa chegada, dessa informação truncada. A Petrobras facilitou, botou ônibus para as pessoas. Foi amplamente divulgado em jornais, nós fomos lá ver para crer, tinha mais de duas mil pessoas; nós nem sabíamos que haveria eleição de fato. Eles fizeram apresentação numa caravana, depois teve o fórum mesmo que foi lá em Itaboraí. A gente com uma carta representando a associação e outros os seus comércios e as suas representações, eles fizeram umas ilhas dos municípios se você era de Saquarema numa, se era de Itaboraí, se era de São Gonçalo, os 15 municípios. Dessas ilhas foi realizada uma eleição e cada município elegeu seus quatro representantes. AGENDA 21 LOCAL / SAQUAREMA Não existia Agenda 21, a nossa Agenda 21 surgiu pós o Comperj. O Comperj nos capacitou para que esse fórum se fortalecesse. Porque ele não existia, no passado teve uma indicação, depois foi completamente extinto, não foi realizado, nós não tínhamos a Agenda 21 na realidade. AGENDA 21 COMPERJ Estamos mais focados no local. Interrompeu um pouco o trabalho do fórum regional, até a nossa secretaria executiva deixou de se reunir em função do trabalho do local. Nós estávamos montando diagnóstico, não foi fácil, são quase dois anos trabalhando nesse diagnóstico, fizemos um trabalho em todos os municípios, eu tenho acompanhado. A gente tem relação, um trabalho pesado, magnífico, porque você tem que buscar todas as informações; todas essas pessoas, com riqueza de detalhes, forneceram um verdadeiro levantamento do local, com sentimento de quem mora lá. Porque o que é mais fácil é ter depoimento das pessoas que vivem no local e que sentem as necessidades do local. Não podemos deixar de citar, por exemplo, como sou do quarto setor nós tivemos o trabalho com a ASA [Associação de Serviços Ambientais], não tivemos reuniões com menos de 150, 200 pessoas. O Roco que fez as nossas reuniões, que administrou essas reuniões, tivemos toda orientação possível. Como secretária executiva, eu ia às reuniões dos outros setores. O Instituto Ipanema [Instituto de Pesquisas Avançadas em Economia e Meio Ambiente] teve dificuldades, porque era do primeiro setor. A primeira reunião foi super cheia e depois eles não conseguiam, sei que eles tiveram muitos problemas para reunir porque uma cidade como Saquarema, uma cidade turística, é complicado, em determinadas reuniões feita em horários que não são convenientes para o local, se for uma sexta feira é muito difícil. Tiveram uns probleminhas técnicos, mas inclusive o Instituto Ipanema também avançou bastante, eles conseguiram tirar e colocar as pessoas do primeiro setor mais atuante, tanto é que nós temos representação atuante e frequentadora do fórum da Agenda Local em função do trabalho das ONGs. O povo queria essa oportunidade. As ONGs trabalharam bem, foi bastante proveitoso. Nós tivemos também um acesso muito bom, um conforto muito bom. Quero elogiar muito a comunicação porque nós não ficamos sem estar sempre ligado às coisas novas que aconteciam. O que mais me preocupa é a chegada das pessoas no local. Nós temos muita preocupação porque um exemplo muito próximo foi Macaé, isso refletiu muito em Saquarema. Nós temos muito medo com essa vinda dessas pessoas, o lugar não está preparado para isso, o local precisa ter uma estrutura; urbanização e recepção para essas pessoas porque fatalmente nós vamos ter, se não for bem trabalhado, o mesmo problema de Macaé, nós estamos trabalhando para que isso não ocorra. Uma coisa que era muito engraçada é que as pessoas diziam assim: “a Petrobras está chegando?” Eles achavam que a Petrobras estava chegando “como é que vai ser quando a Petrobras chegar aqui?” eu falei: “olha gente, Não é bem assim a Petrobras está chegando...” Achava engaçado eles dizerem que a Petrobras estava chegando ao município. A expectativa das pessoas é uma coisa... É o tal do entusiasmo, uma vez abri uma reunião na comunidade, tinha uma instrutora que falava assim: “olha Layla vocês sabem o que é entusiasmo? Você não vai encontrar em livro nenhum isso, mas eu vou dizer pra você o que significa no sentido da palavra entusiasmo: entusiasmo é Deus dentro”. As pessoas quando entram num fórum desses têm uma expectativa muito grande. O entusiasmo é uma cosia muito grande e você não vai encontrar em nenhum dicionário, mas na realidade isso foi comprovado. Eu dizia pra eles: “gente a Petrobras não vai chegar, vocês é que vão chegar a entender o que é você ter o efeito renda, vocês vão compreender comparecendo a esse fórum que a coisa não é assim, é diferente” isso foi uma coisa engraçada e sempre acontecia, em todos os pólos. Outra coisa era o pessoal pensar que era uma titularidade ser do fórum. Eles não entendiam e nós tivemos bons encontros com o Rocco, e ele como comunidade, colocava muito bem isso, colocou todo mundo afinado. O pessoal começou a entender o que era a chegada desse complexo petroquímico para o local. Eu acredito no trabalho e acredito nos resultados, porque não foram dois dias, três dias; não foram uma ou duas pessoas que ajudaram nesse processo. Acredito que nós vamos ser bem diferentes do que foi Macaé. Eles conseguiram melhorar a situação, mas nós vamos ser diferentes. As pessoas falam em sustentabilidade entendendo esse tripé; hoje, não só Saquarema, mas os municípios que estão no entendimento, estão com agendas 21 formadas e trabalhando, porque não adianta você formar no papel, a agenda 21, ela tem que ser trabalhada e vivida. A Petrobras acertou quando fez esse encaminhamento, porque uma coisa é você pegar um projeto e chegar numa prefeitura e apresentar; ela vai dizer o que acha que tem que ser, o que acha que é melhor e a qual a deficiênci. Não é o povo, não é a comunidade relatar isso e ter o espaço para isso. A comunidade não só teve o espaço como teve a consciência, teve o acompanhamento e teve as respostas para o que perguntaram. Onde se tem resposta não tem como dar errado, a cidade está melhorando, já temos uma ação. O Comperj em termos de degradação, não vou nem questionar isso, porque nós não somos o município direto a eles, nós vamos sofrer o efeito renda. O lado ônus e bônus, uma chegada das pessoas se elas não tiverem bem acompanhadas, se o lugar não tiver uma infraestrutura realmente não vai ser bom, mas acho que Saquarema ou os outros municípios terão esse trabalho, essa infraestrutura, o fórum vai trabalhar isso. Acho que de tudo isso o que foi muito bom é que nós vamos realizar um sonho. Esse fórum nos deu capacitação de realizar um projeto. O Projeto da Casa Verde é um projeto do fórum que está sendo muito bem elaborado com planejamento, é um centro de todas as informações e arquivos em relação ao meio ambiente, que vai colocar dentro desse fórum as universidades, a biblioteca ambiental. É um projeto interligado ao turismo, à educação ambiental. O universitário vai ao local, vai saber onde vai ter um centro de informações. Essa Casa Verde já não é um sonho é uma quase realidade, um projeto que já está sendo trabalhado e muito bem aceito em termos de pesquisa no município. A ideia veio do trabalho do fórum da Agenda 21 local. Nós tivemos uma etapa do trabalho que se dividiam: você é do grupo disso, você é do grupo daquilo, houve o de projetos; desse grupo saiu esse projeto da Casa Verde. Tivemos uma audiência pública e incluímos esse projeto na lei orçamentária. Até 2010, 2014 a gente tem essa noção de que vamos conseguir realizar esse projeto da Casa Verde no município de Saquarema. Acho respeitoso, foi muito legal, dá para a gente a segurança; ninguém quer reconhecimento, muito pelo contrário, mas a gente quer é esse carinho. Dar um depoimento é muito bom quando a gente acredita. Não adianta você viver de sonhos, a gente não vê a Petrobras como um parceiro distante, a gente vê a Petrobras com uma preocupação realmente da sustentabilidade, não está apenas ilustrando, está sendo presente. Estou muito feliz de ter essa atenção e o fórum da Agenda 21 ser colaborador e parceiro. Agora nós vamos inverter, a Agenda 21 será parceira dessas causas. A gente está muito feliz, porque nós conseguimos fazer a nossa Agenda 21 local. Vale a pena com certeza e se tivesse que fazer outras agendas... Isso vai para todos os municípios, aqueles que ainda não tem e aqueles que ainda não estão entendendo o que é uma Agenda 21, que é um consenso. Vamos deixar aquela coisa lá atrás do voto, da eleição, e vamos pensar no consenso é muito boa essa paridade; a Agenda 21 não funcionaria se fosse só o Governo, só a comunidade, só o setor empresarial, só terceiro setor; ela funciona porque tem os quatro setores interligados. Sem essa fusão não aconteceria a Agenda 21 é isso que as pessoas precisam trabalhar, nessa fusão, nesse entendimento.
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