O Tempo e a Beleza de envelhecer
É curioso como o tempo passa silencioso, quase imperceptível. A gente não o vê, não o ouve — ele apenas desliza, suave e constante, por entre os dias que julgamos comuns. E, quando nos damos conta, já estamos bem mais à frente, com o olhar mais manso e o coração cheio de histórias. É a vida que acontece assim: entre um sorriso e uma lágrima, entre um amanhecer apressado e um pôr do sol que nos convida à calma.
Envelhecer é uma dádiva disfarçada. É aprender a enxergar beleza até nas cicatrizes, é entender que as mágoas também nos moldaram e que os tropeços do caminho não foram castigos, mas lições que o destino nos entregou com delicadeza — mesmo quando parecia rude.
Quando a memória se abre e o passado retorna, vem junto uma avalanche de lembranças: amores que marcaram a alma, amizades que o tempo guardou num canto do coração, dias simples que hoje parecem ouro. Quantas risadas sinceras, quantos olhares que diziam tudo sem palavra alguma. Quantas vezes o peito pulsou forte, acreditando que o amor seria eterno — e, de certo modo, foi, porque o que é vivido com verdade nunca morre por completo.
A natureza é perfeita em sua sabedoria. Ela ensina que cada estação tem sua beleza: a juventude é primavera, cheia de flores e descobertas; a maturidade é outono, com suas cores profundas e seu perfume de nostalgia. E, assim como as árvores trocam as folhas para renascer, nós também deixamos ir aquilo que já cumpriu seu papel, para florescer de novo, com mais serenidade, mais verdade.
Hoje, ao olhar para trás, o coração se enche de gratidão. Houve dor, sim, mas também houve amor — e isso é o que realmente importa. Cada lágrima lavou um pouco da alma; cada riso clareou o caminho. No fim, tudo valeu. Valeu pelas tentativas, pelos sonhos, pelas quedas e recomeços. Valeu porque cada passo, mesmo incerto, foi parte dessa linda caminhada chamada vida.
E quando o espelho mostra o rosto...
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O Tempo e a Beleza de envelhecer
É curioso como o tempo passa silencioso, quase imperceptível. A gente não o vê, não o ouve — ele apenas desliza, suave e constante, por entre os dias que julgamos comuns. E, quando nos damos conta, já estamos bem mais à frente, com o olhar mais manso e o coração cheio de histórias. É a vida que acontece assim: entre um sorriso e uma lágrima, entre um amanhecer apressado e um pôr do sol que nos convida à calma.
Envelhecer é uma dádiva disfarçada. É aprender a enxergar beleza até nas cicatrizes, é entender que as mágoas também nos moldaram e que os tropeços do caminho não foram castigos, mas lições que o destino nos entregou com delicadeza — mesmo quando parecia rude.
Quando a memória se abre e o passado retorna, vem junto uma avalanche de lembranças: amores que marcaram a alma, amizades que o tempo guardou num canto do coração, dias simples que hoje parecem ouro. Quantas risadas sinceras, quantos olhares que diziam tudo sem palavra alguma. Quantas vezes o peito pulsou forte, acreditando que o amor seria eterno — e, de certo modo, foi, porque o que é vivido com verdade nunca morre por completo.
A natureza é perfeita em sua sabedoria. Ela ensina que cada estação tem sua beleza: a juventude é primavera, cheia de flores e descobertas; a maturidade é outono, com suas cores profundas e seu perfume de nostalgia. E, assim como as árvores trocam as folhas para renascer, nós também deixamos ir aquilo que já cumpriu seu papel, para florescer de novo, com mais serenidade, mais verdade.
Hoje, ao olhar para trás, o coração se enche de gratidão. Houve dor, sim, mas também houve amor — e isso é o que realmente importa. Cada lágrima lavou um pouco da alma; cada riso clareou o caminho. No fim, tudo valeu. Valeu pelas tentativas, pelos sonhos, pelas quedas e recomeços. Valeu porque cada passo, mesmo incerto, foi parte dessa linda caminhada chamada vida.
E quando o espelho mostra o rosto marcado pelo tempo, eu sorrio. Porque cada linha é uma história, cada traço é lembrança de que vivi — e viver é o maior dos milagres. O tempo pode levar muita coisa, mas o que ele deixa é ainda mais precioso: a sabedoria de ter amado, aprendido e seguido em frente, com o coração ainda capaz de se encantar.
Porque, no fim, envelhecer não é perder o brilho — é transformá-lo em luz mais suave, mais quente, mais eterna.
Achillis Cheib
Carta ao Tempo e à Vida
Meu querido tempo,
Hoje parei por um instante para te observar.
Não sei bem em que momento você começou a correr tão depressa — talvez tenha sido quando me distraí com os sonhos, ou quando o amor me ocupou o coração por inteiro. O fato é que, quando percebi, você já tinha passado por mim com a leveza do vento, deixando marcas suaves no meu rosto e lembranças eternas na alma.
É curioso envelhecer. A gente não sente o momento exato em que a juventude se despede; ela apenas vai se misturando com a calma dos dias, com a doçura dos silêncios. Quando olho para trás, vejo uma estrada cheia de risos, tropeços, lágrimas e abraços. Tudo aconteceu tão rápido, mas, ao mesmo tempo, tudo foi tão intenso, tão cheio de vida, que não há como não se emocionar.
Lembro-me das pessoas que cruzaram meu caminho — algumas ficaram, outras partiram, mas todas deixaram um pouco de si. Houve amores que incendiaram o peito, paixões que me fizeram acreditar que o mundo cabia dentro de um olhar. E, mesmo quando a dor chegou, ela também me ensinou: mostrou que o coração, por mais que sangre, é capaz de se refazer e voltar a amar com a mesma força.
O tempo, esse velho sábio, tem uma maneira bonita de ensinar. Ele tira algumas coisas, mas dá outras em troca: serenidade, compreensão, um olhar mais terno sobre a vida. Hoje, já não corro como antes — caminho devagar, e isso me permite ver a beleza das pequenas coisas. O perfume do café pela manhã, o pôr do sol dourando as janelas, o riso leve de quem ainda acredita que o amor vale a pena.
A natureza me encanta com essa sabedoria silenciosa que possui. Tudo nela tem um ciclo, e eu aprendi a me aceitar como parte desse mesmo ritmo. Já fui primavera, cheia de flores e sonhos. Já fui verão, ardente e impetuoso. Hoje, vivo o meu outono — uma fase de cores suaves, de lembranças que dançam com o vento, de gratidão por tudo que vivi. E sei que o inverno chegará um dia, mas não o temo. Ele trará o descanso merecido e a certeza de que vivi intensamente.
Ah, tempo… você me ensinou que nada é em vão. Que as mágoas se transformam em força, que as quedas preparam os recomeços, e que o amor — mesmo quando parece partir — nunca morre de verdade. Ele fica escondido nas entrelinhas da memória, nas músicas que ainda me fazem sorrir, nos gestos que guardam o calor de quem um dia me amou.
Hoje, não tenho mais pressa. Quero apenas viver o agora com ternura, olhar o passado com carinho e o futuro com esperança. Porque, apesar de tudo, valeu. Valeu cada lágrima, cada riso, cada erro, cada acerto. Valeu ter amado, sofrido, aprendido e renascido tantas vezes.
Se envelhecer é isso — colecionar lembranças e transformar a vida em poesia — então eu abraço essa fase com o coração aberto. Porque o tempo pode até me mudar por fora, mas por dentro, ainda carrego o mesmo desejo de amar, de sonhar e de agradecer.
Com carinho,
achillis cheib
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