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PRÓLOGO

Minha luta mais duradoura foi por encontrar um lugar onde me assentar, me apaixonar por ele e acalmar minha existência. Um lugar onde morar. É assim desde que nasci. Para muitas pessoas, ter uma casa, crescer nela, vivenciar o bairro e os vizinhos são acontecimentos corriqueiros, nem refletem sobre eles. Nasci em uma família de migrantes, de gente sem terras e sem teto, como é a situação da maioria dos que nascem no Brasil. Nascemos deserdados da terra no quinto maior país do mundo. Nasci em uma família de três pessoas, papai, mamãe e meu irmão, seis anos mais velho do que eu. Quando eu completei um ano de idade, meu irmão entrou em idade escolar, que naquela época era sete anos de idade. Como não havia escola próxima ao local de moradia de meus pais, meu irmão foi morar com nossos avós maternos no município Anhumas, na Vila Maria. Assim, na maior parte do tempo da minha infância vivi como filha única. Só via meu irmão nas férias escolares, o que dava uns três meses por ano, em dezembro, janeiro e julho.

Minha mãe era uma mulher alta comparativamente à maioria das mulheres da família, em torno de 1,65 metros de altura, tinha cabelos pretos, lisos, escassos e compridos, só depois dos 50 anos é que ela os cortou bem curtinho. Não era uma mulher gorda, tão pouco magra. Sabe aquelas mulheres de ossos grandes e fortes? Ela era assim. Tinha olhos castanhos e pele branca que ela fazia questão de proteger do sol como podia. Quando saía para colher algodão ela usava vestido, calça, camisa de manga comprida e um grande chapéu de palha na cabeça. Minha mãe se chamava Valda, vinda de uma família em que todos seus irmãos tinham nomes começando com a letra vê: Valdenora, Valdivina, Valda e Valter. Criativo, né?! A mãe dela se chamava Maria e o pai, João. João e Maria, meus avós maternos.

Minha mãe, dona Valda, nasceu em Anhumas, município do Estado de São Paulo, em uma família de migrantes nordestinos, o pai...

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Palavras-chave: lugar; mundo; mulheres

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