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História
Personagem: Aninha Ferraz
Por: Museu da Pessoa, 16 de julho de 2025

Um Cordel Para Quem Cuida do Cordel

Esta história contém:

Um Cordel Para Quem Cuida do Cordel

Um Cordel Para Quem Cuida do Cordel Eu sou Ana Ferraz. Nasci em Floresta, no Sertão de Pernambuco. E tô à frente da editora há 28 anos, trabalhando com poesia, com cordel — sempre nesse segmento literário, sem fugir da essência da editora, que é o cordel — e trabalhando nesse universo no país inteiro.

Minhas memórias de infância são recheadas de muita coisa boa. Meu pai era vaqueiro — um dos maiores da região. Fundou a primeira “Missa do Vaqueiro” em Floresta, que é a mais antiga; são 57 ou 58 anos, eu não sei. Mas é a missa mais antiga e a gente bota dois mil vaqueiros encourados na festa do padroeiro de floresta, então meu pai era um fascinado pela pega de boi. Ele vivia correndo gado. E minha mãe uma era professora primária, mas também era da região rural, de uma zona rural. Minhas imagens são as melhores possíveis, porque era tomando banho no Riacho do Navio, onde meu pai tinha uma propriedade, tomando banho no Riacho do Navio, sempre ouvindo Luiz Gonzaga. Não sei se vocês sabem, mas o pai de Luiz Gonzaga, Januário, era filho da minha cidade, era de Floresta. Então, nasci e me criei ouvindo essas músicas, tomando banho no riacho do navio, que passava dentro da fazenda do meu pai, escutando toadas.

Então, eu tive uma sorte muito grande, porque eu pude conviver, costumo dizer com “a árvore” e dessa árvore que vem a literatura popular. Ela tem o aboio, ela tem o repente, ela tem a cantoria, ela tem a viola…

E aí eu me encontrei. Sou do Sertão e recebi esse presente de trabalhar com cordel há tanto tempo — há 28 anos com cordel — mas já tinha essa bagagem, que era um pai vaqueiro que gostava de aboiar, que vivia correndo as pegas de boi. Então, eu vivia em vaquejada, eu vivia nas pegas de boi.

Então, a maioria dos poetas aqui do Estado que me mandam um folheto para editar, eu costumo ler todos eles. Porque, na maioria das vezes, eu me torno também a agente que vai vender os produtos dos poetas. Eu vou...

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Dados de acervo

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Entrevistada: Ana Cely Ferraz

Entrevistador: Jonas Samaúma

Data: 16 de julho de 2025

Local: Recife, Pernambuco

Projeto: Vidas em Cordel, Conte sua História

Código da Entrevista: PCSH 1490

Realização: Museu da Pessoa

P1:

Ana, muito obrigado por estar contando essa história aqui hoje. Ia falar pra você falar seu nome completo e o local onde nasceu!

R:

Eu sou Ana Ferraz. Nasci em Floresta, no Sertão de Pernambuco. E tô à frente da editora há 28 anos, trabalhando com poesia, com cordel — sempre nesse segmento literário, sem fugir da essência da editora, que é o cordel — e trabalhando nesse universo no país inteiro.

P1:

Quais são as suas primeiras memórias de infância?

R:

Minhas memórias de infância são recheadas de muita coisa boa. Meu pai era vaqueiro — um dos maiores da região. Fundou a primeira “Missa do Vaqueiro” em Floresta, que é a mais antiga; são 57 ou 58 anos, eu não sei. Mas é a missa mais antiga e a gente bota dois mil vaqueiros encourados na festa do padroeiro de floresta, então meu pai era um fascinado pela pega de boi. Ele vivia correndo gado. E minha mãe uma era professora primária, mas também era da região rural, de uma zona rural. Minhas imagens são as melhores possíveis, porque era tomando banho no Riacho do Navio, onde meu pai tinha uma propriedade, tomando banho no Riacho do Navio, sempre ouvindo Luiz Gonzaga. Não sei se vocês sabem, mas o pai de Luiz Gonzaga, Januário, era filho da minha cidade, era de Floresta. Então, nasci e me criei ouvindo essas músicas, tomando banho no riacho do navio, que passava dentro da fazenda do meu pai, escutando toadas. Meu pai vivia fazendo toada, brincando, aboiando — porque a lida dele era direto com o gado e com o bode, que é um animal bastante daqui da região do sertão pernambucano. Então, eu vivi isso, e conheci o cordel nas feiras livres lá de Floresta. Minha mãe era professora primária, na zona rural ela vivia escutando, ouvia Juvenal e o Dragão, O...

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