Título: Artur, meu menino corajoso
Meu nome é Mariângela, nasci em 12 de março de 1982, sou docente de Educação Infantil e funcionária pública. Sou casada com o amor da minha vida e mãe de quatro filhos: Maria Eduarda, Luiz Gustavo e os gêmeos Vitor e Artur. Esta é a história do meu filho caçula, Artur, e da nossa luta contra o câncer.
Tudo começou em 2018. Era um dia comum, e eu estava em casa quando o transporte escolar trouxe meus filhos. Naquele dia, percebi que Artur, de apenas três anos, estava diferente: quieto, cabisbaixo, com expressão de dor. Ao ler a agenda, vi que havia caído na escola durante uma disputa por brinquedo e, desde então, reclamava de dor no quadril.
Nos dias seguintes, a dor não passou. Levamos Artur ao médico diversas vezes, mas exames de raio-x e ultrassom não mostravam nada. Foram quase três meses sem respostas, enquanto ele emagrecia, sentia dores intensas e evitava brincar.
Um dia, no pronto-socorro, uma pediatra pediu um hemograma. O resultado revelou uma anemia incomum, que a deixou desconfiada. Artur foi internado para novos exames. No Dia das Mães, recebi a notícia que mudou nossas vidas: havia um tumor na glândula suprarrenal e ele precisaria ser transferido para um hospital oncológico infantil.
A chegada ao hospital foi acompanhada de uma suspeita dolorosa: neuroblastoma em estágio 4. A confirmação veio 15 dias depois, após biópsia. Iniciamos imediatamente o tratamento, mesmo sabendo que ele poderia trazer sequelas graves. A quimioterapia foi dura: náuseas, vômitos, perda de peso e uso de sonda nasoenteral.
Vivemos longas internações, incluindo o Natal e o Ano Novo no hospital. Em uma dessas noites, Artur me perguntou: “Mamãe, posso ir morar com o Papai do Céu?”. Pedi que ficasse comigo.
Em 2019, após melhora e planos para transplante de medula, veio a pior notícia: o câncer havia voltado, mais agressivo. Em setembro, entramos em tratamento paliativo. A médica...
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Título: Artur, meu menino corajoso
Meu nome é Mariângela, nasci em 12 de março de 1982, sou docente de Educação Infantil e funcionária pública. Sou casada com o amor da minha vida e mãe de quatro filhos: Maria Eduarda, Luiz Gustavo e os gêmeos Vitor e Artur. Esta é a história do meu filho caçula, Artur, e da nossa luta contra o câncer.
Tudo começou em 2018. Era um dia comum, e eu estava em casa quando o transporte escolar trouxe meus filhos. Naquele dia, percebi que Artur, de apenas três anos, estava diferente: quieto, cabisbaixo, com expressão de dor. Ao ler a agenda, vi que havia caído na escola durante uma disputa por brinquedo e, desde então, reclamava de dor no quadril.
Nos dias seguintes, a dor não passou. Levamos Artur ao médico diversas vezes, mas exames de raio-x e ultrassom não mostravam nada. Foram quase três meses sem respostas, enquanto ele emagrecia, sentia dores intensas e evitava brincar.
Um dia, no pronto-socorro, uma pediatra pediu um hemograma. O resultado revelou uma anemia incomum, que a deixou desconfiada. Artur foi internado para novos exames. No Dia das Mães, recebi a notícia que mudou nossas vidas: havia um tumor na glândula suprarrenal e ele precisaria ser transferido para um hospital oncológico infantil.
A chegada ao hospital foi acompanhada de uma suspeita dolorosa: neuroblastoma em estágio 4. A confirmação veio 15 dias depois, após biópsia. Iniciamos imediatamente o tratamento, mesmo sabendo que ele poderia trazer sequelas graves. A quimioterapia foi dura: náuseas, vômitos, perda de peso e uso de sonda nasoenteral.
Vivemos longas internações, incluindo o Natal e o Ano Novo no hospital. Em uma dessas noites, Artur me perguntou: “Mamãe, posso ir morar com o Papai do Céu?”. Pedi que ficasse comigo.
Em 2019, após melhora e planos para transplante de medula, veio a pior notícia: o câncer havia voltado, mais agressivo. Em setembro, entramos em tratamento paliativo. A médica nos deu 15 dias, mas Artur resistiu por um mês. Passamos esse tempo realizando seus desejos simples: comer azeitona, ir ao shopping, receber abraços e beijos sem fim.
No dia 15 de novembro de 2019, às seis da manhã, Artur morreu nos meus braços. Tinha apenas cinco anos.
No velório, vi meus outros filhos encararem o caixão branco do irmão. A dor foi imensa, mas também senti alívio por vê-lo livre da doença, sem sondas ou injeções.
Essa é a história do menino mais corajoso que conheci. Artur foi, é e sempre será o meu amor, minha saudade e meu maior exemplo de força.
Te amo, meu filho. Para sempre.
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