Sônia e suas memórias

Agradecemos e dedicamos este trabalho primeiramente a nossa professora Vanessa, que nos ajudou durante todo o ano com muita dedicação, aos nossos pais por ter nos dado o privilégio da vida e a nossa entrevistada, inspetora Sônia, que nos ilumina todos os dias com sua alegria, carinho e amor.

Nascia no dia 11 de outubro na cidade de São Paulo, no bairro da Mooca, a pequena Sônia Maria Nonato.

A origem da família (uma mistura) de portugueses e espanhóis.

Na infância da menina por ter convivido com a sua avó espanhola aprendeu o idioma e fez uso durante um tempo de sua vida.

A mãe de Sônia era uma ótima costureira e seu pai metalúrgico. Por trabalharem muito ela ajudava na criação de seus irmãos mais novos.

Durante seus primeiros anos de vida, morou numa humilde casa com uma graciosa sacada na frente no bairro da Mooca.

Na casa principal residia uma senhora que tinha uma netinha. Num determinado dia a menina se pendurou na sacada ficando prestes a despencar. Sônia percebendo que a garota estava correndo perigo resolveu estender seus braços para amortecer sua queda.

Na sua pré-adolescência, a família mudou-se para o bairro de São João Clímaco, Ipiranga.

Durante os anos vividos no bairro, todos os dias esperavam a chegada do leiteiro e do padeiro. Ao terminar seu café da manhã se arrumava para ir à escola.

Um dia ao se vestir esqueceu-se de colocar a fita do cabelo que fazia parte de seu uniforme. Ao chegar à escola foi impedida de entrar por não estar com a vestimenta completa que era uma regra obrigatória.

Com medo de levar bronca de sua mãe resolveu ficar em frente à escola até o final da aula.

A garota sempre teve vontade de chupar sorvetes, porém seus pais eram muito rígidos e diziam que os sorvetes provocavam dores de garganta.

Decidiu roubar a si mesma, pegando dinheiro de seu cofre. Gastou tudo em sorvetes, mas como viu que eram muitos para ela, resolveu distribuir entre seus amigos.  

Com sua residência situava-se em uma rua de terra, num dia chuvoso seu cachorro branco chamado Valente, que não tinha nada de valente, se soltou, correu e se enlameou todo. Nisso se identificou com um homem de terno branco que passava por ali e avançou sobre ele querendo brincar. O homem ficou furioso e Sônia com vergonha da bagunça que seu cachorro tinha feito se escondeu rapidamente.

Como seu pai era muito bravo não permitia que seus filhos trabalhassem fora. Mas, em sua adolescência, a garota esperta, o convenceu.

Arrumou um emprego em uma tecelagem, ficando muito feliz, pois sentiu que tinha conquistado um pouco de liberdade. Ao final do mês conseguiu seu salário e entregou nas mãos de sua mãe.

Todos os dias ao voltar de seu trabalho, Sônia trocava olhares com um moço que morava em uma rua próxima de sua casa, eles se conheceram e o jovem rapaz pediu Sônia em namoro ao seu pai.

No decorrer dos anos o jovem casal planejou seu casamento. Com todos os preparativos prontos, Sônia entusiasmada veste o lindo vestido que sua mãe confeccionou com todo amor para o grande dia.

Passaram a lua de mel em Minas Gerais na cidade de Poços de Caldas. Ao retornar mudou-se para a cidade de São Bernardo do Campo onde vivem até hoje.

Depois de um tempo casados, Sônia engravidou de seu primeiro filho. Com o nascimento viveu o melhor momento de sua vida e decidiu, enfim parar de trabalhar para se dedicar inteiramente a vida de mãe.

Sendo assim decidiu ter mais dois filhos, recebendo-os de braços abertos.

Durante os anos que se dedicou a vida de mãe, acabou ficando sem espaço no mercado de trabalho. Como sempre gostou de crianças, decidiu prestar um concurso público para inspetor de alunos no qual trabalha até hoje. Acredita que vai ser assim que irá encerrar sua carreira profissional.

Sônia iniciou seu trabalho de inspetora de alunos na EMEB Tereza Delta. Foi lá que viveu um dos momentos mais marcantes de sua vida. A escola ao final de cada ano letivo tirava fotos dos alunos. As fotos que os pais não iam buscar ficavam guardadas na secretaria. Uma dessas fotos era de uma menina chamada Débora que não falava, pelo menos na escola nunca se comunicou com ninguém. Porém, um dia, Débora foi com sua mãe fazer sua rematrícula.

Sônia espalhou as fotos sobre a mesa, entregou a da menina e pediu que ela reconhecesse qual era de sua irmã e perguntou:

- Qual é a de sua irmã?

- É essa!

Sônia muito surpresa perguntou novamente:

- Como?

- É essa!

Sônia se sentiu muito emocionada, pois durante todos esses anos ela não tinha se comunicado com ninguém.

Quando Sônia não está trabalhando cuida de seu pai que tem 96 anos e está muito doente.

Ela gosta de viajar, ir ao cinema e gosta muito de ir ao estádio de futebol sendo o Palmeiras o seu time do coração.

Um dos momentos marcantes e especiais de sua vida foi sua viagem a Londres, Inglaterra, onde hoje reside seu filho.

O maior sonho de sua vida é que seus filhos sejam felizes, sigam o caminho correto e gostaria de ir embora antes que eles se fossem.