IDENTIFICAÇÃO Nome, data e local de nascimento Meu nome é Nilton Rosa da Silveira. Nasci em Maquiné, Osório, aqui no Rio Grande do Sul mesmo, aos 15/10/1966. TRABALHO Ingresso na empresa/Trajetória profissional Entrei na Companhia em 1990. Na época, ainda era Pepsi. Era em Montenegro, aí depois a Brahma assumiu. Mas, era pra uma unidade da Pepsi. A Brahma tinha uma franquia dessa unidade, lá em Montenegro. Eu entrei, na época, na forma de, praticamente Serviços Gerais. Porque na época não existia terceirizado mão de obra. Então, a gente iniciava na produção, que foi onde eu comecei, com atividades braçais. No caso, que seria paletização, despaletização, que não existiam essas máquinas modernas hoje. Então, essa parte era feito manualmente. Então, eu entrei, exercendo a função braçal. E, posteriormente, fui passando à Operação, conhecendo o equipamento e trabalhando em toda a área de Produção, no caso. Hoje, atualmente, sou Supervisor de Manutenção Elétrica. E, após passar, um período bem grande em toda a operação no PET, industrial, eu passei pra Manutenção, onde trabalhei quatro anos como Técnico em Manutenção, que é a minha área de formação. Técnico elétrico e eletrônico, me especializei na área, trabalhei em torno de quatro anos como Técnico e fui escolhido há dois anos pra administrar a Área Técnica de Eletrônica, como supervisor, que havia a vaga e eu fui premiado, digamos assim, com a oportunidade. Não, eu inclusive, quando eu entrei na Companhia, na época, eu recém tinha ido pra Montenegro. Eu morava em Porto Alegre, fui pra lá desempregado, foi onde fiquei dois meses desempregado. E passei curriculum, e um vizinho, inclusive, de onde eu morava, ele indicou lá na firma. E teve a oportunidade lá, no verão, e ele pegou e pediu pra ir lá fazer uma entrevista. E aí, mas eu não conhecia ninguém na fábrica. Esse vizinho, no caso, era só um vizinho lá, antigo, só. ...
Continuar leituraIDENTIFICAÇÃO Nome, data e local de nascimento Meu nome é Nilton Rosa da Silveira. Nasci em Maquiné, Osório, aqui no Rio Grande do Sul mesmo, aos 15/10/1966. TRABALHO Ingresso na empresa/Trajetória profissional Entrei na Companhia em 1990. Na época, ainda era Pepsi. Era em Montenegro, aí depois a Brahma assumiu. Mas, era pra uma unidade da Pepsi. A Brahma tinha uma franquia dessa unidade, lá em Montenegro. Eu entrei, na época, na forma de, praticamente Serviços Gerais. Porque na época não existia terceirizado mão de obra. Então, a gente iniciava na produção, que foi onde eu comecei, com atividades braçais. No caso, que seria paletização, despaletização, que não existiam essas máquinas modernas hoje. Então, essa parte era feito manualmente. Então, eu entrei, exercendo a função braçal. E, posteriormente, fui passando à Operação, conhecendo o equipamento e trabalhando em toda a área de Produção, no caso. Hoje, atualmente, sou Supervisor de Manutenção Elétrica. E, após passar, um período bem grande em toda a operação no PET, industrial, eu passei pra Manutenção, onde trabalhei quatro anos como Técnico em Manutenção, que é a minha área de formação. Técnico elétrico e eletrônico, me especializei na área, trabalhei em torno de quatro anos como Técnico e fui escolhido há dois anos pra administrar a Área Técnica de Eletrônica, como supervisor, que havia a vaga e eu fui premiado, digamos assim, com a oportunidade. Não, eu inclusive, quando eu entrei na Companhia, na época, eu recém tinha ido pra Montenegro. Eu morava em Porto Alegre, fui pra lá desempregado, foi onde fiquei dois meses desempregado. E passei curriculum, e um vizinho, inclusive, de onde eu morava, ele indicou lá na firma. E teve a oportunidade lá, no verão, e ele pegou e pediu pra ir lá fazer uma entrevista. E aí, mas eu não conhecia ninguém na fábrica. Esse vizinho, no caso, era só um vizinho lá, antigo, só. Olha, o meu último maior que ainda acho que está sempre crescendo. Foi a questão de assumir uma supervisão quando eu estava, vamos dizer assim ó, já não esperando mais quase. Porque eu tive no período que eu passei na produção, média de 10 anos, eu sempre estive almejando uma supervisão. E sempre estive preparado. Aliás, sempre não. Na minha visão, eu estava preparado. Hoje eu vejo que eu não estava, mas o pessoal via que eu não estava. Então, quando eu vi que de repente eles estavam já com uma visão diferente, pegando pessoal já com nível superior, já formado, pessoal mais novo, eu comecei a sentir que não ia dar mais pra mim. De repente, não era o caminho. Daí, fui trabalhar com manutenção. A minha formação mesmo. E pra mim, já foi um desafio sair da produção que eu dominava pra uma manutenção com aquela imposição: tu sabe que tu não volta pro teu local de origem. Quer dizer, voltar, volta. Mas vamos dizer assim, ninguém quer dar um passo pra trás. Então, quer dizer, se eu não desse certo em manutenção, assim, trocando em miúdos, claro que o mais certo pra mim seria a porta da rua. Porque mesmo eu não iria querer voltar a exercer uma função inferior àquela. Então foi um desafio pra mim atuar na manutenção, porque a manutenção aqui era muito exigida. É o que toca a fábrica realmente, a manutenção mecânica, não é o que toca a fábrica, mas é o toca na hora que pára. E aí, você tem que ser rápido pra resolver, você tem que ser dinâmico, tem que achar o problema. Então, pra mim, foi uma dificuldade, assim. Mas, eu queria aquele desafio. "Não, eu vou mudar porque produção chega." Aí, quando eu estava três a quatro anos, sempre naquela visão, também, de uma supervisão. Mas, eu pensei: "Não, agora eu estou me preparando melhor, eu estou fazendo um nível superior, talvez, ainda vou ser chamado pra supervisionar uma produção." E aquilo, eu tinha mais ou menos em mente, que eu já estava preparado, mais maduro. E, quando eu menos esperava, realmente me passaram pra supervisão, mas na Área de Manutenção. Então, pra mim foi um desafio muito grande e ficou bem claro isso. É a hora ou pega ou larga. E, realmente, pra mim, foi difícil porque tu sai do meio de um pessoal que trabalha há quatro, cinco anos, colegas de trabalho e tu tem que, no caso, supervisionar eles. Tu tem que, tu sabe que o chefe é o vilão. Isso em todo lugar e não adianta. A visão do chefe é a visão vilão. E tu sai do meio dos que condenam e tu vai ter que ser o vilão. Sabendo tudo que o pessoal tem, os conceitos em cima do supervisor que não gosta. Aí, tu vai estar do outro lado. Então, foi uma barreira muito difícil, uma coisa pra assumir, foi um desafio bem grande. MUNDO DO TRABALHO Cotidiano de trabalho Olha, lá em Montenegro, a visão da Pepsi era muito boa. Era sempre uma empresa boa de se trabalhar, todo mundo falava bem, tanto da Pepsi e da Antarctica, as duas unidades que tinham lá. Separadas, era uma rixa ainda. Então, se falava muito bem, que era uma das melhores empresas que tinha no município pra trabalhar. E eu fui lá e necessidade de trabalhar. Recém tinha casado, aquele negócio todo, não havia muita escolha, digamos assim. Mas, era sempre bem conceituado, pra exercer... EMPRESA Companhia Cervejaria Brahma/Pepsi Tinha exatamente que era o Guaraná, o Guaraná Antarctica na época também era o mais forte e a Antarctica e Pepsi em si. Brahma tinha aquela rivalidade bem grande. Inclusive, na época, a Brahma, ela dominava a Pepsi, digamos assim, porque ela tinha a franquia. Ela pegou lá com a Ulbra, na época. Então, ela se estabeleceu junto com a Pepsi e foi inserindo os produtos Brahma, que seria os produtos Brahma. E a gente começou a trabalhar os produtos Brahma e Pepsi junto, na época, acho que em torno de 1992, 1993, até terminar um acordo que tinha, da franquia da Pepsi, em 1994, se não me falha a memória. Aí, a Pepsi acabou saindo e gente ficou trabalhando somente pra Brahma, digamos assim. Porque a Pepsi, aí, passou a franquia a uma outra empresa aqui da, acho que não era Argentina, não me vem bem o nome da... Baesa. A Baesa que era a atual Pepsi, aqui em Sapucaia. Daí, transferiu pra cá a Pepsi. E a gente ficou lá em Montenegro, só com, trabalhando diretamente com Brahma. O forte era só com produtos Brahma, refrigerante no caso. Era Sukita, o guaraná, que inclusive Guaraná Brahma, Sukita, a Soda e a Soda Limonada. Eram quatro produtos, inclusive a gente tinha aquele certo receio, pô, só esses produtos da Brahma, eles não são fortes no mercado, como refrigerantes, no caso. A empresa vai quebrar. A gente ficar desempregado. Tinha toda aquela história. Porque o que vendia realmente, o que vende realmente, o top de vendas aqui na nossa unidade é a Pepsi, a Pepsi Cola é o, hoje é 70% da venda de refrigerante é... A Pepsi é dos produtos mais vendidos do nosso portfólio. Ela puxa 70% da venda, igual eu mencionei antes. E após vem o guaraná. Então, quer dizer que a Pepsi mesmo é o que vendia. E a gente pensou: "Pô, a gente tem produtos." Estava lançando o PET no mercado ainda, dois litros, ninguém conhece, essa marca, não é difundida, vai acabar fechando a unidade. Mas, pelo contrário, a gente teve um sucesso bom, a gente trabalhou bem no produto, conseguiu mercado. A gente se manteve bem forte. E aí a gente veio pra cá, aí realmente, quando acabou o contrato da, aqui da Pepsi, a Brahma entrou em negociação de novo. Porque, pra já começar uma fusão pra intensificar as vendas. E acabou fechando lá, Montenegro. A unidade Pepsi lá foi fechada. E a gente foi selecionado, alguns, pra vir fazer parte do grupo aqui. Pra inserir a cultura da Brahma, todo esse processo de crescimento que a gente vem, ao longo do tempo, passando, por essas fusões. Então, eu vim pra cá junto, em 1998, e a Pepsi lá fechou. Fechou, aí a gente veio fazer parte da Pepsi aqui. Viemos transformar a Pepsi daqui em AmBev, no caso. PROCESSOS INTERNOS DA EMPRESA Fusão A Companhia, nesses anos aí, evoluiu muito. A gente acostumado já com a cultura Brahma, que foi o que iniciou tudo, a gente não teve problema nenhum de adaptação. O pessoal da Pepsi mesmo que teve mais problema, porque é uma cultura completamente diferente. Trabalhar com um produto Pepsi e trabalhar com Brahma. Ainda mais sendo o carro forte. Então, a gente teve uma diferença muito grande aqui, essa foi até, digamos assim, uma certa rejeição de cultura, de pessoas dessa fábrica com as pessoas de lá. E, na época, até o Fernando Meller, que era o atual gerente lá, veio pra cá. E hoje, ele retornou também. Então, a gente teve, assim, muita, muita diferença, muita dificuldade até, de interação de pessoas e cultura. Mas, a gente tinha muita gente boa aqui também. Tinha muita gente que aceitou a proposta de cultura Brahma e continuou com a gente até hoje. E aqueles que não se moldaram ou saíram por espontânea vontade ou alguns foram, tiveram que ser desligados da empresa. Então, assim ó, como eu te falei, eu acompanhei o processo desde o começo. Eu, logo que eu entrei na Companhia, já a visão Brahma, a cultura Brahma já começou a crescer e a ser difundida. Então, a gente já tinha metas. Eu, como na época eu sempre fui uma pessoa que procurava sempre aquela idéia de crescimento. Eu já entrei, entrei na Companhia já com plano. O chão da fábrica mesmo bateu na minha caixinha lá, mas já olhando lá pra frente: "Se eu tiver que ser alguma coisa, vai ser nessa Companhia, nem que leve o tempo que for." Então, a minha visão de supervisão já vinha de longa data. No meio do percurso aí, houve vários altos e baixos, isso é normal de todo mundo. Eu sei que a minha hora não chegava. Quando ela chegou, eu agarrei com as duas mãos e... Mas, eu sempre pratiquei muito a cultura Brahma. Aí, quando houve a fusão com a Antarctica, o pessoal que tinha, da Companhia Antarctica, no caso, foram os que mais sofreram, digamos assim. Porque, igual eu falei, essa cultura é diferente, a maneira de trabalhar é diferente, o pessoal não tem aquela visão de mercado, de atendimento, de agilidade, de não deixar faltar, se preocupar com custo, porque a coisa fica, assim, meio, meio à vontade, digamos assim. Tu chega, tu faz as tuas oito horinhas, está tranqüilo, vai embora. Na AmBev não, tu tem que entrar e praticamente, às vezes, tu fica voltado pra ela quase que as 24 horas, conforme a tua época, o teu período, fechamento de ano, fechamento de metas. Então, é uma cultura que pessoas que não estão acostumados nesse ritmo estranham. Muda praticamente da água pro vinho. Então, se exige que a pessoa esteja realmente a fim e seja um parceiro. Hoje em dia, tu não é mais o funcionário, tu é parceiro do negócio. Então, quem trabalhou pra Antarctica e pra Pepsi e não se adequou a essa cultura, a essa, vamos dizer, crescimento, amadurecimento global quase, que seja, as coisas vão evoluindo. A visão AmBev é o mundo todo. Que estava sempre naquele, fechado ali, estranhou muito. Teve bastante dificuldade em manter. A gente perdeu pessoas boas também, em função disso, essa visão AmBev não é toda a empresa que tem. Toda... Então, o pessoal costumava naquela, vamos dizer, vidinha mais tranqüila, fazer o serviço mais bem feito, claro, não falei de qualidade profissional de cada um. Fazendo seu feijão com arroz, digamos assim, ele estava tranqüilo, sabe? Estava empregado pra 10, 20 anos. A visão que se tinha de Antarctica, em Montenegro também tinha unidade da Antarctica, o cara entrou lá, ele se aposentava lá. Ele ia lá, batia as oito horinhas dele. Ele era bom, era aquilo ali, ele Não era exigido muito mais que aquilo ali. Ele não se preocupava com custo, ele não se preocupava com perda. Se preocupava em fazer a linha rodar e entregar o produtinho dele lá, ele estava tranqüilo. E aí, sim, o pessoal quando entrou , que houve a fusão, que foi aquela reviravolta em todo país, o pessoal sentiu e bastante. Mas, não a gente. O pessoal que veio, quem acabou mais ou menos, acho que dominando, vamos dizer, pela cultura, foi a Brahma. Parece que tinha cultura imposta e vinha dando certo, já esse período todo. E está dando certo, no caso. CULTURA DA EMPRESA Valores /Metas A cultura Brahma, no caso, que hoje é a atual cultura AmBev é a visão de ser sempre a maior e a melhor. Sempre procurando melhorar, praticamente diariamente, anualmente, tudo. Tudo que se refere a crescimento e qualidade. Sempre pondo num tópico mais alto é a qualidade. Então, pra essa cultura aí, exige-se uma interação funcional muito grande. Porque as pessoas é que fazem, realmente, o produto no mercado e o crescimento da Companhia. Então, investiu-se muito em gente, em treinamento, qualificação até, no caso, aproveitando, aproveitamos muitas pessoas dentro. Tanto eu sou um exemplo disso. Veio muita gente nova do mercado, sangue novo foi injetado várias vezes, o pessoal com um ânimo diferente. E é, vamos dizer assim, a AmBev está sempre colocando metas desafiadoras. Foi sempre, como eu te falei, eu já acostumei com esse ritmo porque eu já, desde lá de Montenegro que a gente tinha, digamos assim, um período de entressafra, hoje em dia não existe mais isso. Hoje em dia tem o período de alta e baixa nós, mas a fábrica não pára. E na época que eu peguei lá, a gente tinha aquela entressafra, quando chegava nos meses de inverno, agora, de baixa de venda, sempre tinha aquela, digamos assim, uma lista de redução de pessoal. Então, era, aí março e abril era um... Um desespero. Porque o pessoal que era mais ou menos, não estava muito na – pegador - digamos assim. Então, sempre tinha e eu nunca me preocupei com isso porque a gente sempre procurou atender o que a Companhia coloca e espera da gente. O que a gente espera da Companhia. E eu nunca tive problema com isso. Só que, de lá pra cá, cresceu muito, mudou muito, hoje não tem, igual falei, o período de baixa. Porque a gente vende o ano todo e sempre correndo atrás, correndo atrás. É uma política bem arrojada, sabe? Mas, ela é desafiadora, faz a gente se sentir, porque a gente muita vezes mal, muitas vezes bem. Mas, geralmente, a vitória que tu tem em ser o melhor ou estar numa Companhia grande é muito bom, ser reconhecido no âmbito profissional é interessante. A parte de pessoal, ela se tornou um pouco mais agressiva, digamos assim. Pelo, pela cultura que ela impõe da gente, no caso, ser a primeira, ser a melhor e tu não consegue nada sem uma certa agressividade. Então, não é com comodismo que tu consegue as coisas. Consegue as coisas batalhando e brigando e indo atrás. Então, a forma que ela te coloca as regras, elas são as mesmas já desde o tempo da cultura Brahma, que foram postas pelo Marcel. Postas, quem criou. Foi o Marcel e o..., esqueci o nome do outro, que são os dois acionistas que começaram. Já desde o tempo do banco. Então, essa cultura é a mesma. Claro, ela vai sofrendo adequações, vai... TRABALHO Momentos marcantes Olha, eu tive vários momentos. Inclusive, uma coisa que marcou foi quando a Companhia começou com o Prêmio de Excelência Fabril, no caso o Programa de Excelência Fabril, que era o PEF. Então, que a gente não era divulgado, não era o que é hoje, e a gente sempre tinha Montenegro como uma unidade boa de trabalhar, pessoas excelentes. Então, a gente tinha gosto de trabalhar em Montenegro, a gente tinha paixão por aquela unidade ali. Então, quando saiu esse programa, a gente sem mais, nem menos, nós fomos os primeiros do país, a gente foi premiado como primeiro colocado. E isso aí foi uma coisa que me marcou muito. Pô, a gente nem conhecia as regras do jogo, mas já no país todo, já sabe que a gente é os melhor. E aquilo foi, foi muito marcante. E, por último, agora também, quando a gente estava nos últimos anos, assim, com, assim, nosso ego já meio abatido, que a gente já tinha ficado dois anos fora do plano, depois que a gente entrou a gente não saía mais. Então, a gente começou a ficar numa situação muito ruim e a gente deu a volta por cima esse ano, que a gente tinha aquela idéia de ficar entre os 13, 14 melhores. Daí, trabalhou muito, assim, dois anos de trabalho, trabalho, trabalho. E a gente chegou em segundo colocado esse ano. Então, foi, aí quando tu sente aquele gosto da vitória que eu falei, assim, que o trabalho teu faz parte. Teu grupo fica todo mundo satisfeito. Porque aí aparece o resultado e isso foi uma coisa muito forte pra mim dentro da unidade. E é bom a gente fazer parte disso. Como é ruim também de fazer parte na hora que tu batalha, batalha e chega na hora do vamos ver, ficamos fora de novo. CAUSOS “Tirando um cochilo...” Ah, existem fatos engraçados, existem. Ah, teve uma situação ainda em Montenegro também, que essa eu não esqueço nunca. Então, a gente tinha, tinha o nosso colega, hoje ainda, que trabalha com a gente na enchedora ali. Então, a gente tinha na frente da fábrica, tinha as máquinas e um vidro. Então, pra frente da fábrica, ali tinha tipo uma pracinha. Até, inclusive, tinha uma pracinha dessas infantis, com casinha, escorregador, aquele tipo de coisa. E era nosso lugar de sestear, na hora do almoço. Quer dizer que a gente ficava tudo nos bancos, na sombra, aquele tipo de coisa, descansando. E um certo dia lá, ninguém suspeitava, um colega nosso pegou e, depois do almoço, parece que ele ia sair ou ia no banco, alguma coisa. E voltou, período de almoço, uma hora depois, não deu sinal, não apareceu, nada. O cara sumiu. E aí, colocou-se outro operador no lugar dele e tocamos o barco, era mais ou menos 13 horas. Que a gente parou meio dia e voltou às 13. E, sem mais nem menos, quando menos, assim, a gente está parado, olhando aquele vidro, olhando pra pracinha, a linha estava rodando bem. No que a gente olha, sai o nosso colega, esse que ele não é pequeno, é um alemão bem grande até, forte, de dentro daquela casinha de bonecas que tem, de brinquedo, ele deitou lá depois do almoço e dormiu. (riso) Duas e meia da tarde ele caiu na realidade que ele estava trabalhando. E ele saiu, assim, se espreguiçando todo, que estava um sol, assim, bem agradável e saiu. Acho que daí que ele se deu conta, que ele olhou no relógio assim, aquele, estava no horário de almoço e ninguém se preocupou em saber e olhar se ele estava lá ou não. E o cara dormiu mais de duas horas. (riso) Dentro da casinha, na casinha de bonecas. Sai um urso de uma casinha assim, sabe? Foi bastante engraçado aquilo ali. Até hoje, eu dou risada com ele, que ele ainda faz parte. EMPRESA AmBev É um diferencial trabalhar aqui. Eu faço faculdade inclusive, aqui na Ulbra e inclusive a minha esposa, ela trabalha no hospital lá em Gravataí, onde a gente mora, trabalha muito com currículos, essas coisas e tal. E a gente tem bastante contato com o pessoal externo. Falar em trabalhar na AmBev, hoje, é o sonho de muita gente aí fora. Ou às vezes vê a gente, que a gente anda com a roupa pra lá e pra cá. "Ah, trabalha na AmBev." Então, pelo marketing que tem na televisão, pelo que o pessoal acompanha da fusão, esse tipo de coisa, é um diferencial que eu senti de trabalhar na AmBev. O pessoal lá fora, no caso, quando tu diz, "Ah, trabalho na AmBev.", ou vê tu com o carro da Companhia, o pessoal te vê de uma forma, assim, até, digamos assim, admiração, com respeito, porque sabe que a nossa jornada, ela é pesada. Mas, sabe também que é uma grande Companhia. Então, inclusive mesmo na faculdade, volte e meia, tem alguém perguntando como que faz o processo seletivo, como é que entra. E mesmo lá na onde a minha esposa trabalha, que eu falei, ela disse: "Ah, eu recebo currículo e recebo pessoas que também dão como referência a AmBev, têm conhecidos lá, isso e aquilo." E o pessoal, assim, é bem falado no âmbito... A Companhia pra mim, vamos dizer assim, ela já parte da minha vida aí há 17 anos, no caso. Isso já dá quase a metade da minha vida, meu segundo emprego, no caso. E eu optei sair do outro que eu trabalhei quase três anos e, hoje, ela faz praticamente o quê? Tudo o que eu tenho na vida é um função de trabalhar na Companhia, no caso. E sabendo que poderia ter saído fora. Recebi algumas propostas algumas vezes de trabalhar com, em outras empresas concorrentes. Mas não, nada me chamou a atenção pelo fato de que tu está sempre vendo uma rotina diferente. Bah, tem dias que a gente entra aqui e fica louco, que a gente fica louco assim de, pela quantidade de coisas que tem pra fazer, pelo atropelo, tu fica. Mas, em todo lugar, ele tem, chega um dia que tu fica cansado, tu fica, vamos dizer, meio estressado. E, em compensação, pro que eu vejo o pessoal que sai daqui e vai pras outras empresas, realmente o pessoal fala que é tranqüilo, aquele tipo de coisa. Mas, se acomoda muito fácil. E a acomodação é uma coisa que não faz parte, assim, do meu ser. Eu gosto de estar sempre, eu sou meio agitado por natureza. Agora eu sou mais calmo porque a gente leva tanta pancada no passado, no decorrer da vida, que a gente se acalma. Mas, eu sempre fui bem agitado, preocupado com a situação e estar sempre aqui e ali. E mesmo aqui, eu estava com essa responsabilidade de hoje, sexta-feira, mas eu estava tranqüilo porque eu sabia como eu ia contornar. Mas, a gente está sempre assim. Então, a Companhia pra mim hoje, o que eu posso dizer? É tudo o que eu tenho hoje, tanto material, como família, foi paralelo à Companhia. Então, já faz praticamente parte da minha vida. Eu já faço parte da Companhia. Então, eu me sinto bem de vir pra cá. O ambiente é excelente, as pessoas são boas, a gente briga, como numa família. Família todo mundo fala na família, mas qual é a família que não tem briga, chute de cadeira, tapa na cara, esse tipo de coisa. E a vida aqui dentro é assim. É um dia a dia, todo mundo, mas visando aquela meta final, que é o desafio. Então, eu me sinto bem, eu gosto de trabalhar aqui. Vamos dizer assim ó, eu não me vejo hoje trabalhando numa outra empresa que não seja tão competitiva, no caso. Porque a maioria das empresas, não conheço muitas porque não vou atrás, não procuro, mas a impressão que eu tenho das pessoas que já deixaram aqui, que eu tenho amigos que estão em outras, é aquele comodismo. Pessoas que tinham potencial forte, às vezes estavam correndo atrás, hoje eu vejo, assim, muito... Pessoas novas, viu? Em torno de 25, 30 anos, se acalmaram. Se acalmaram, assim, vamos dizer assim, se acomodaram com aquela: "Ah, hoje eu sou técnico, está bom pra mim." Eu batalhei quase uma vida pra chegar a supervisor e não estou contente. Eu quero mais pra mim porque eu vejo, porque eu sinto que eu tenho capacidade pra isso. Eu poderia me acomodar como técnico, como as pessoas que saem daqui fazem, porque não, está bom, é isso aí. Eu não sei, eu acho que a convivência na Companhia te dá essa vontade de crescer. Olha, eu acho interessante falar, como a pergunta que tu me fizeste antes ali, é o crescimento da Companhia em si, o respeito que se tem fora pelo, com a Companhia, pelo crescimento, é uma coisa que faz a gente se sentir bem, sabe? Mesmo, quando eu vim pra essa unidade aqui, mesmo, era uma coisa completamente diferente do que ela é hoje. A gente vê, se tu ficar um ano fora daqui e tu retornar no ano seguinte, ou qualquer outra unidade que eu visitei também, a evolução, ela é clara assim. A gente acompanha a evolução no dia a dia, o crescimento. E isso é uma coisa que, que eu acho bem interessante. Eu, bom, que a gente, tu aprende a crescer junto. Hoje, eu fico me olhando há um ano ou dois atrás, se eu tivesse, por exemplo, um funcionário público, numa empresa mais calma, eu estaria do mesmo jeito pra pior. Digamos assim, até no meu jeito de ser, eu estaria mais acomodado e talvez até mais parado. E algumas Companhias tu, algumas fábricas tu vai e tu vê isso. Por exemplo, tu passa na frente de um, digamos assim, um exemplo, uma Gerdau, que ela é um top de marketing, mas ela está sempre naquela, naquele estilo. Aqui tu vem, o ano que vem tu vem, tu vê que já mudou, já é um cartaz diferente, já é um prédio a mais, já, sabe? As coisas vão evoluindo e rápido. Então, quer dizer, eu acho interessante a maneira, a forma que a Companhia cresce. PROJETO MEMÓRIA VIVA AmBev Importância da história/Importância dos depoimentos Isso é super válido. Inclusive, até mesmo pra quem está ingressando na Companhia. Porque a Companhia está sempre, como ela vai crescendo, ela vai sempre abrindo portas. Então, pra quem chega, eu participo de entrevista com pessoas novas que vão fazer parte do quadro. Então, quando chega no ambiente a primeira impressão é pra tudo, praticamente é aquela que fica. Então, por exemplo, se vai num banco, digamos assim. Tem um exemplo comigo, que eu sempre via no banco do Bradesco, acho. Não se fazem mais hoje a Fundação Bradesco. Quando tu chegava num banco, tu tinha ali todo, essa memória, essa cultura, os passos. Eu acho que isso aí dá uma certa tranqüilidade porque é uma Companhia estável. E quando tem história pra contar. Igual a gente vê em algumas unidades aí aqueles quadros de 1940, 1945. E o mesmo prédio ali, mas porém com tudo diferente. Então, quer dizer, é uma empresa que faz história e ela tem que contar história, no caso. Acho que toda a empresa ou qualquer unidade que, não sei, tem que ter uma história assim e ela tem que ser mostrada porque tem... Ah, como é que a Companhia cresce tanto? Porque cresce tanto? Como cresce tanto? Isso que a gente vê aqui dentro, vídeos, filmes, não chega lá, muita coisa não chega pro público externo. Às vezes, tu pára pra olhar um clipe da Companhia, da AmBev, assim, tu fica ali, meio que maravilhado. Porque tu vê quão ela é grande, sabe? A gente acostuma só com esse pequeno. Então, pra quem está de fora, diz: "Ah, porque que ela é grande hoje?" Porque ela teve passos, ela começou lá, fechou um número de fábricas, aumentou pra suprir essa necessidade de ser a melhor, e a maior. Então, claro que tem. Isso aí foi, começou lá, degrau, degrau, veio vindo. Tem que, eu acho importante, acho inclusive que deveria já ter sido feito antes, essa memória, esse resgate. ENTREVISTA Recado Olha, eu, o recado que eu tenho é assim ó: quem tem vontade de entrar na Companhia que batalhe pra entrar, que jamais vai se arrepender. Mesmo que ele não se adapte à cultura, ao sistema, à política da Companhia, uma coisa é certa, é igual servir um quartel. Todo mundo acha ruim, mas nunca esquece e sempre diz que vai, se pudesse faria tudo de novo. Eu acho que a AmBev, pra quem está, eu acredito que tenha mais ou menos o mesmo pensamento que eu: vale a pena. E eu estou aqui hoje, eu estou satisfeito com o meu trabalho, com o meu crescimento pessoal. E eu acho que, pra efeito profissional, a gente deve tentar, no caso. Deve continuar batalhando que trabalhar na AmBev, ele vale a pena.
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