Projeto Memória Petrobras
Depoimento de Mário Augusto Aguiar de Souza
Entrevistado por Márcia de Paiva
Betim, 26 de agosto de 2004
Realização Museu da Pessoa
Entrevista nº PETRO_CB490
P/1 - Boa tarde!
R - Boa tarde!
P/1 - Eu vou começar esta entrevista pedindo que você nos diga seu nome completo, local e data de nascimento.
R - Meu nome é Mário Augusto Aguiar Souza, eu nasci em Belo Horizonte e nasci em 26 de setembro de 1959.
P/1 - Mário, conta para gente como você chegou na Petrobras. O que você fazia antes? Como você entrou?
R - Olha, eu basicamente trabalho desde os 13 anos de idade né? Então, eu fiz curso técnico de eletrônica no Cefet e fui, e fiz concurso na Petrobras quando estava já no terceiro ano do curso técnico de eletrônica. Isso foi em 1977. Então, quando foi em 1978, né, Janeiro de 78, eu passei no concurso da Petrobras e comecei a fazer o curso. Eu fiz o curso aqui na Regap. Entrei em Março de 78. Trabalhei em dutos até... Junho de 82. Depois, de 82 a 85, eu trabalhei na construção de plataformas. Depois, eu fui para uma montagem de uma unidade na Revap, em São José dos Campos. Fiquei lá de 85 a 87. De 87 até 1994 eu fiquei na construção da Unidade de Coque aqui na Regap. E depois, como faltava um ano para eu me formar no meu curso de Engenharia, eu já estava casado, meus filhos estavam pequenos, eu pedi para poder sair do serviço de Engenharia, né, antigo Serviço de Engenharia da Petrobras, e ficar fixo aqui na Regap. Então, na Regap eu entrei em 94, fiquei de 94 a 96 na Tecnologia da Informação. E, de 96 até hoje, eu estou no Setor de Manutenção Elétrica. Então, esse é meu breve currículo meu dentro da Petrobras.
P/1 - Um bom currículo. Você deu uma boa passeada, né, também.
R - Dentre os trabalhos que eu fiz, até hoje na Petrobras, eu destaco duas coisas que me dão muito orgulho de ter trabalhado. Um é ter participado do gasoduto e oleoduto que liga a Bacia de Campos à Reduc, e...
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Projeto Memória Petrobras
Depoimento de Mário Augusto Aguiar de Souza
Entrevistado por Márcia de Paiva
Betim, 26 de agosto de 2004
Realização Museu da Pessoa
Entrevista nº PETRO_CB490
P/1 - Boa tarde!
R - Boa tarde!
P/1 - Eu vou começar esta entrevista pedindo que você nos diga seu nome completo, local e data de nascimento.
R - Meu nome é Mário Augusto Aguiar Souza, eu nasci em Belo Horizonte e nasci em 26 de setembro de 1959.
P/1 - Mário, conta para gente como você chegou na Petrobras. O que você fazia antes? Como você entrou?
R - Olha, eu basicamente trabalho desde os 13 anos de idade né? Então, eu fiz curso técnico de eletrônica no Cefet e fui, e fiz concurso na Petrobras quando estava já no terceiro ano do curso técnico de eletrônica. Isso foi em 1977. Então, quando foi em 1978, né, Janeiro de 78, eu passei no concurso da Petrobras e comecei a fazer o curso. Eu fiz o curso aqui na Regap. Entrei em Março de 78. Trabalhei em dutos até... Junho de 82. Depois, de 82 a 85, eu trabalhei na construção de plataformas. Depois, eu fui para uma montagem de uma unidade na Revap, em São José dos Campos. Fiquei lá de 85 a 87. De 87 até 1994 eu fiquei na construção da Unidade de Coque aqui na Regap. E depois, como faltava um ano para eu me formar no meu curso de Engenharia, eu já estava casado, meus filhos estavam pequenos, eu pedi para poder sair do serviço de Engenharia, né, antigo Serviço de Engenharia da Petrobras, e ficar fixo aqui na Regap. Então, na Regap eu entrei em 94, fiquei de 94 a 96 na Tecnologia da Informação. E, de 96 até hoje, eu estou no Setor de Manutenção Elétrica. Então, esse é meu breve currículo meu dentro da Petrobras.
P/1 - Um bom currículo. Você deu uma boa passeada, né, também.
R - Dentre os trabalhos que eu fiz, até hoje na Petrobras, eu destaco duas coisas que me dão muito orgulho de ter trabalhado. Um é ter participado do gasoduto e oleoduto que liga a Bacia de Campos à Reduc, e ao terminal lá na Baía da Ilha Grande. E o gasoduto, eu praticamente participei da pré-operação dele, né, um grupo reduzido, no qual eu coordenei essa pré-operação. Então, o primeiro gás que chegou na Reduc, eu estava na frente dessa pre-operação.
P/1 - A pré-operação é o quê, uma logística?
R - Não. Essa pré-operação é justamente você fazer o gás sair lá da Plataforma e chegar na Refinaria. Então, o pessoal da época que estava no (RPSE?), que era o Setor de Produção de Macaé, eles fizeram a pré-operação, por um problema operacional, ele tinha chegado até Cabiúnas, em Macaé, e não conseguia avançar até o Rio de Janeiro. Então, eu fui convidado a participar, vamos dizer assim, a assumir a coordenação dessa pré-operação. E nós conseguimos fazer esse gás chegar até a Reduc. Isso é uma coisa que foi marcante pra mim. A segunda coisa marcante, foi ter participado da construção da primeira plataforma fixa da Petrobras, em 1982, com término em 83, que foi a Plataforma Fixa de Namorado I. Então, duas coisas assim, que me deram muito orgulho, né, de ter participado desses empreendimentos. Mas eu sou uma pessoa que sempre estou disposto a desafios dentro da Petrobras e sempre tenho recebido aí alguns desafios e, graças a Deus, a gente tem conseguido dar cabo desses desafios a contento. Pelo menos é o que parece, né?
P/1 - Mário, daqui da Regap, você tem alguma história interessante pra contar para gente, tem uma história que é bem marcante?
R - Olha, tem a Sombra Densa, que é um grupo do qual eu faço parte dele como diretor, desde 1992, aproximadamente. Porque a princípio, éramos eu e o Tadeu. Nós nos reunimos sempre aqui nessa parte, em frente ao prédio central e ficávamos ali, na hora do almoço, todos os dias, abusando do ócio e jogando conversar fora. O nosso lema era “a conversa não tem que chegar a lugar nenhum”, e é até bom que ela não chegue a lugar nenhum mesmo. E desde 1992, eu e Tadeu nos reunimos; mais ou menos em 1995, juntou-se ao nosso grupo o Roberto Viana e o Sérgio Lemos e passamos a nos reunir. Em 1997, é que foi criada a cadernetinha nossa, né? E ali foi que nós colocamos como marco fundamental da inauguração da Sombra Densa. Nós temos nos reunido, de lá pra cá, todos os dias na hora do almoço. O Roberto Viana aposentou, mas até há bem pouco tempo atrás ele ainda estava trabalhando conosco, então ele também vinha pra fazer parte desse grupo. Esse grupo tem algumas coisas interessantes. A primeira é a seguinte: somos os quatro diretores, não tem sucessão, não tem substituição. Então, são os quatro diretores só. Nós temos muitos agregados que vem bater papo com a gente todos os dias. Tem alguns eventos que são marcantes pra nós. Então, por exemplo, no dia de Tiradentes, no dia 21 de abril, se você vier aqui, tem uma forca que a gente pendura lá na árvore, fica ali, a nossa sombra fica ali na esquina da rua Sem-nome, perto da placa de estacionamento proibido, até descaracterizaram um pouquinho, puseram uma placa de “pare”. Mas é ali, entre o prédio central e o restaurante. Então, a gente fica ali; no dia 21, como eu tava te falando, a gente coloca a forca, pra fazer homenagem a Tiradentes; normalmente, na época de Páscoa, a gente distribui bombons, ovos de Páscoa; a gente sempre faz uma solenidade de final de ano, normalmente a gente dá um churrasco para a Regap toda, um churrasco que a Regap pega carona mas, no fundo, ele é patrocinado pela Sombra Densa, todo mundo sabe disso. Então, no final do ano, sempre tem algumas coisas que a gente faz diferente; teve ano nós distribuímos camiseta, teve ano que nós distribuímos uns imãs pra geladeira, caneta; a partir do ano atraso, nós institucionalizamos aqui o Prêmio Patricinha e Mauricinho, né? Dois colegas nossos que tinha o perfil daquele Mauricinho, o cara todo arrumadinho, todo engomadino durante o ano, então nós fizemos um troféu, e homenageamos esse colega nosso, que é o Adair. E ganhou a patricinha, a nossa colega lá, Nívea, colega de vocês, lá da comunicação social, ela ganhou como o Troféu Patricinha. O único dia que a Sombra Densa não se reúne é no dia dois de novembro, que é Dia de Finados, que é o dia do ausente. Então, a gente fica ausente da Sombra Densa, não poderia deixar de passar essa data também, para homenagear os mortos; como na Regap se trabalha dia dois, então a gente não vai para a Sobra Densa.
P/1 - E vocês fizeram até um estatuto para a Sombra Densa?
R - É, a Sobra Densa tem estatuto, ela tem um Livro de Memórias, ela tem esse cartãozinho, que aqui não está preenchido, mas fica bem preenchido; nós temos várias coisas. Uma das grandes honras que nós tivemos lá, foi quando da posse do Engenheiro Valdison, quando ele tomou posse aqui na Regap como superintendente, então nós recebemos a presença do Presidente Reichstul, que veio para poder dar posse ao Valdison, e o nosso Superintendente Elias, que sempre acompanhou muito de perto a Sombra Densa, ele e o Alan que hoje é Diretor de Abastecimento. E o Reichstul nos honrou com a presença dele lá. Então tem até uma foto lá do Reichstul conosco. Nós nos colocamos a disposição dele, para tratar de qualquer assunto, com relação a petróleo, mercado internacional, porque nós entendemos de qualquer assunto. Sobre entrevista, se você quiser, a gente entende um pouquinho aí, sabe, a Sobra Densa é bem eclética.
P/1 - E o lema é “Jogar conversa fora”?
R - É. Jogar conversa fora, a conversa não precisa chegar a lugar algum. É até bom que ela não chegue a lugar algum.
P/1 - Mário, você é filiado ao Sindicato?
R - Não, eu não sou filiado ao Sindicato.
P/1 - Por que? Por alguma razão?
R - Por uma opção própria. Eu fui filiado, participei do Sindicato dos Petroleiros até 1987, quando eu estive na Revap. A princípio, eu não tinha muito porquê participar do Sindicato, porque o meu trabalho na Petrobras, de 78, quando eu entrei, até 1982, quando eu fui para a Plataforma, era um trabalho muito de campo. Então, a gente tinha pouco contato com refinarias, com Terminais, a gente ficava o dia todo, praticamente, nos oleodutos da vida. Pra você ter uma idéia, tinha vez da gente ter que andar 400 quilômetros de carro num dia, né? E o trabalho nosso, a gente saía quatro e meia da manhã e chegava em casa de novo oito horas da noite. A gente não tinha muito contato com o pessoal de escritório, administrativo, Sindicato, nós tínhamos esse contato. Depois, de 82 a 85, eram as primeiras Plataformas que a gente ainda estava construindo e tudo o mais, aquele grupo de produção que tem hoje em Macaé, que é muito grande, estava se iniciando e não tinha muito ainda essa coisa de Sindicato. Em 85, quando eu fui para a Revap, aí sim, eu me associei ao Sindicato de lá, na época, participava dos movimentos, até 1987, que foi quando eu vim para cá ou um pouquinho antes. Por questão de não concordar com alguns alinhamentos que o Sindicato estava na época, eu pedi o meu desligamento e de lá pra cá, eu não quis mais me associar. Mas é uma coisa, é foro íntimo, eu respeito, e respeito muito a Instituição do Sindicato, procuro ajudar o máximo que eu possa, mesmo estando de fora, sou amigo de vários diretores, o Setor que eu trabalho é um setor que tem uma representatividade sindical muito grande, sempre que eu posso, eu ajudo o pessoal, converso com vários diretores, né, aí no caso em off.
P/1 - E afinal você já é filiado ao Sombra Densa!
R - É, afinal sou filiado ao Sombra Densa, então.
P/1 - Mário, eu queria perguntar se você gostou de ter participado do Projeto Memória.
R – É eu gostei, né, eu acho interessante, acho uma iniciativa muito importante da Petrobras, porque, o que eu falo com todo mundo é o seguinte, realmente o lema que a Petrobras usa hoje: “O desafio é a nossa energia” é uma frase muito certa. Porque eu tenho isso comigo, tenho isso dentro de mim. Os desafios que eu recebo da Petrobras no dia a dia, é a energia que me faz mover, me faz ficar vivo, mesmo depois de 26 anos de Petrobras - entrei aqui um menino e já estou um pouquinho mais velho - essa busca de incessante de energia, esse desafio, é que faz com que eu consiga cada vez me motivar mais e empreender mais força no meu trabalho.
P/1 - Mário, eu gostaria de agradecer a sua participação, e dizer que a gente ficou muito contente com a sua história da Sombra Densa.
R - Tá ok, obrigado.
RPSE
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