Minibiografia
Foi em Rabo de Peixe, uma aldeia de São Miguel, em 1945, que Damião Sousa nasceu. Da ilha recorda a infância que a define como ingénua e sã. Damião sente-se ainda enraizado em São Miguel e é com muito carinho e todos os predicados possíveis que descreve a ilha. Seguindo a tradição familiar, emigrou para o Quebeque deixando para trás a bela ilha, os amigos e a noiva. Contudo, é através de uma procuração que consegue ter de volta a sua amada e casa-se. Hoje sente-se bem integrado na sociedade quebequense. Trabalha no serviço de Geriatria e desde 1992 acumula essa função com a de “enquêteur” (inspector) dos serviços de saúde do Quebeque. Sempre esteve envolvido nas actividades da comunidade portuguesa. Em 1999 assumiu o cargo de director da Casa dos Açores de Montreal.
História de Vida
Identificação
O meu nome é Damião Sousa. Sou natural dos Açores onde nasci em 1945 Emigrei para o Canadá no dia 1 de Junho de 1973.
Migração
"A minha infância foi muito ingénua e sã"
Antes de emigrar vivia em São Miguel, em Rabo de Peixe, a minha freguesia. Aí fiz a minha escola elementar. Depois tive diversas profissões até aos 18 anos de idade. Trabalhei no campo, com as vacas, etc. Depois, decidi ir para o Continente estudar. Fui tirar um curso de Enfermagem e ai permaneci durante seis anos. Já com 23 anos regressei a São Miguel, onde fiz a minha vida militar. Estive três anos obrigatório e aproveitei para continuar o meu curso de Enfermagem, porque eu detestava a tropa. Quando terminei o serviço militar vim para o Canadá, em 1973, no 1º de Junho.
A minha infância foi muito ingénua e sã. Quando digo ingénua e sã é com a gente da freguesia. Gente que tinha um nível cultural baixo. Estudavam até à primária, da 1ª à 4ª classe, e muitos tinham menos do que isso. Foi uma época transitória. Realmente estava habituado a viver naquele sistema médio, mas as minhas aspirações não eram aquelas. Por isso,...
Continuar leituraMinibiografia
Foi em Rabo de Peixe, uma aldeia de São Miguel, em 1945, que Damião Sousa nasceu. Da ilha recorda a infância que a define como ingénua e sã. Damião sente-se ainda enraizado em São Miguel e é com muito carinho e todos os predicados possíveis que descreve a ilha. Seguindo a tradição familiar, emigrou para o Quebeque deixando para trás a bela ilha, os amigos e a noiva. Contudo, é através de uma procuração que consegue ter de volta a sua amada e casa-se. Hoje sente-se bem integrado na sociedade quebequense. Trabalha no serviço de Geriatria e desde 1992 acumula essa função com a de “enquêteur” (inspector) dos serviços de saúde do Quebeque. Sempre esteve envolvido nas actividades da comunidade portuguesa. Em 1999 assumiu o cargo de director da Casa dos Açores de Montreal.
História de Vida
Identificação
O meu nome é Damião Sousa. Sou natural dos Açores onde nasci em 1945 Emigrei para o Canadá no dia 1 de Junho de 1973.
Migração
"A minha infância foi muito ingénua e sã"
Antes de emigrar vivia em São Miguel, em Rabo de Peixe, a minha freguesia. Aí fiz a minha escola elementar. Depois tive diversas profissões até aos 18 anos de idade. Trabalhei no campo, com as vacas, etc. Depois, decidi ir para o Continente estudar. Fui tirar um curso de Enfermagem e ai permaneci durante seis anos. Já com 23 anos regressei a São Miguel, onde fiz a minha vida militar. Estive três anos obrigatório e aproveitei para continuar o meu curso de Enfermagem, porque eu detestava a tropa. Quando terminei o serviço militar vim para o Canadá, em 1973, no 1º de Junho.
A minha infância foi muito ingénua e sã. Quando digo ingénua e sã é com a gente da freguesia. Gente que tinha um nível cultural baixo. Estudavam até à primária, da 1ª à 4ª classe, e muitos tinham menos do que isso. Foi uma época transitória. Realmente estava habituado a viver naquele sistema médio, mas as minhas aspirações não eram aquelas. Por isso, decidi ir para o Continente.
Trajectória
"Segui a tradição"
Uma razão muito interessante que explica por que é que emigrei é que toda a minha família já estava "radicada" no Canadá. Era o único que ainda estava em São Miguel. Para nós, portugueses, especialmente açorianos, é muito importante estar com o agregado familiar. Seguimos os nossos e vivemos todos em família. E foi o que eu fiz. Os meus pais e os meus irmãos já cá estavam. Só faltava eu e então tive que vir. Digamos que foi um grande ponto de interrogação. Não fui obrigado, mas segui a tradição e lá vim encontrar os meus familiares. Para mim, a família era realmente importante.
Actualmente, posso considerar que foi um erro, por causa do contraste que temos hoje entre os Açores e o Canadá em termos de qualidade de vida. No tempo em que vim para o Canadá, emigrar talvez fosse bom para muitas pessoas. Mas no meu caso, ao nível profissional, até teria ficado bem nos Açores. Trabalhava para o Governo, nos hospitais, como enfermeiro e não tinha grandes dificuldades, como muita gente tinha, principalmente os que viviam da agricultura ou da lavoura. Como referi, foi a tradição e a família que me arrastou até ao Canadá. Se hoje tivesse que tomar essa decisão, não emigrava. Ficava nos Açores Gostaria muito de lá estar... "Et voilá" Esta foi a razão porque saí da minha Ilha, São Miguel, que com muita pena deixei para trás.
Antes de partir os meus sentimentos estavam divididos. Digamos 50-50. Por um lado, sentia-me alegre porque ia ao encontro dos meus pais e dos meus irmãos. Mas por outro lado estava triste porque deixava a minha namorada e os meus amigos para trás. Cada um fazia parte da minha vida. Isso era muito importante para mim. Os meus amigos reuniram-se todos e fizeram-me uma enorme festa de despedida. Foi realmente comovente a partida. E foi ainda muito mais comovente deixar a minha noiva para trás. Para mim, foi uma das coisas mais árduas que tive de enfrentar na minha vida naquele momento. Vim para o Canadá. Deixei toda a gente para vir fazer uma nova colectividade. Novos amigos.
A viagem foi de avião. Maravilhosa Eu vinha com aquela ânsia de encontrar os meus familiares. A comida era boa e o dia estava maravilhoso.
Evidentemente que a minha família ficou muito contente. Foram todos esperar por mim ao aeroporto. O que era um facto excepcional porque alguns irmãos meus nunca foram esperar os outros. Mas como eu era o mais novo, o bebé da família, toda a gente me foi buscar ao aeroporto. Um dia muito calorento: o 1º de Junho 1973.
Estava contente por ver os meus irmãos e os meus pais mas esse sentimento foi momentâneo. Nos primeiros dias tive muitas crises de saudade. É verdade De saudade dos amigos, com quem eu mais tinha afinidade e tinham ficado para trás. Aí é que senti muita falta. Fiquei triste e chorei muito. Os meus irmãos até me aconselharam a voltar, já que eu não me sentia bem no Canadá. Recordo que disseram-me:
- "Vai-te embora Se não te sentes bem aqui, volta para trás."
Mas tive o apoio da família, em particular do meu irmão, que na altura trabalhava nos Serviços "des Affaires Sociales" e mostrou-me a cidade. Ele falava muitíssimo bem inglês e francês. Eu compreendia inglês e francês mas tinha algumas dificuldades em falar, porque afinal aprendi essas línguas no liceu, obrigatório no 5º ano, que era o máximo que na altura se podia fazer. Não era o suficiente visto que não havia o contacto com o estrangeiro. Tive algumas dificuldades
Montreal
"Aqui fiquei e aqui estou sempre"
Quando cheguei ao Canadá fui logo viver para Montreal. Aqui fiquei e aqui estou sempre.
Antes de partir imaginava que o Canadá era um país muito rico. Com uma riqueza excepcional Em primeiro lugar pensava na minha família, que era o mais importante. Em segundo, pensava assim:
- "Bom, não tenho dinheiro Lá vou trabalhar, vou ter que enriquecer, "entre guillemets".
Não foi o caso. Mas esta foi a minha apreciação: um país rico, um país de que realmente toda a gente falava muito. Não foi isto que encontrei na realidade.
Foi um choque cultural. De início encontrei uma abundância enorme no interior das casas. Os frigoríficos estavam carregadíssimos. Coisa que eu não via nos Açores. Tínhamos o essencial mas não era daqueles frigoríficos bem recheados. As estantes estavam cheias de coisas: "Seven up" e assim. Só a abundância do frigorífico já era muito Era qualquer coisa fora de série
Depois fui-me apercebendo da realidade. A nível salarial as coisas eram mais ou menos. Quando comecei a trabalhar ganhava 120 dólares por semana, sem deduções. Já era bastante dinheiro, comparando com o nível de vida nos Açores. Ao fazer o câmbio, parecia que dava muito dinheiro. Pensava: "Tanto dinheiro que tenho". Mas o que é certo é que quando ia fazer a transferência do dólar para o escudo, os custos eram incalculáveis. E para juntar novamente essa quantia levava muito tempo
Durante o primeiro ano fiquei a morar com os meus pais. Depois de casar procurei um apartamento para viver com a minha mulher. Viver com a família não presta para nada, principalmente quando somos novos Continuámos a viver em Montreal, embora um bocadinho mais afastados da área dos portugueses do centro, na Rue de la Roche, entre Rachel e a igreja portuguesa do boulevard São José. Não era longe para quem tinha carro.
A casa para onde fomos morar era de portugueses. Os meus vizinhos eram franceses-quebequenses. Não tínhamos uma boa relação com eles. A comunicação era muito pouca. Nós éramos estrangeiros...e penso que havia uma falta de abertura por parte deles. Não digo que eram racistas, simplesmente tratava-se de uma falta de abertura de espírito.
Um ano depois tive que mudar novamente de casa, porque era pequena e uma pessoa da família da minha esposa veio viver connosco. Fomos viver para o centro, para a Rua Saint-Urbain, próximo da igreja portuguesa, mesmo no coração da comunidade portuguesa. É engraçado que nunca comprei casa
No que respeita à adaptação à nova língua, posso dizer que em Portugal estudei Francês e Inglês na escola. Embora, o sistema escolar de Portugal seja diferente do sistema no Quebeque. Em Portugal havia a primária, da 1ª à 4ª classe, depois a pré-admissão ao liceu. No liceu havia três etapas: o 1º, 2º e 3º ciclo. O 2º ciclo é o equivalente ao 12º ano no Canadá e o 3º ciclo corresponde exactamente ao Cégep. Portanto, eu fiz o 2º ciclo, onde aprendi do 1º ao 5º ano o Francês. Tinha também Latim e outras disciplinas. Só a partir do 3º ano é que aprendi o Inglês. Lembro-me de estudarmos Napoleão Bonaparte, Shakespeare e "companhia limitada" que entravam em acção a partir destes anos. Foi no liceu que aprendi estas línguas mas, profissionalmente falando, para o dia-a-dia no Canadá não chegava. Tinha as bases mas precisava de aperfeiçoar o meu vocabulário.
Percurso Profissional De "préposé aux beneficiaires" a "enquêteur"
Em relação ao trabalho, quando cheguei ao Canadá comecei a trabalhar como PAB, "préposé aux bénéficiaires" no Hospital Royal Vitoria. Na altura, o meu diploma não era reconhecido em Montreal, então trabalhava no hospital, tinha o meu salário, mas não era o salário de um enfermeiro. Além disso tinha restrições. Senti muita frustração. É como a gente diz em bom português: "Descer de cavalo para burro", em inglês, "upgrade to come down".Trabalhei durante sete anos nessa função.
Logo que tive oportunidade, voltei a fazer um curso de enfermeiro auxiliar. E isto porque fui seleccionado em primeiro lugar, senão talvez nunca tivesse conseguido tirar o curso. Contudo, durante esses sete anos, como sabiam que era enfermeiro profissional em Portugal, deram-me uma chance de trabalhar de maneira diferente. Apesar de continuar como PAB, para mim era muito vantajoso ter uma certa abertura para ter outras funções como medir pressões arteriais, temperaturas, etc., o que não é habitualmente legal ao nível da Ordem de profissionais. Penso que me deram esta oportunidade pela confiança que tinham em mim e pela minha "expertise" ou seja no meu "savoir-faire".
A dada altura houve um corte do efectivo de enfermeiros e eu fiquei fora da minha posição. Entretanto, por intermédio do Governo, mais particularmente dos Serviços "des Placements des Affaires Sociales", fui colocado noutro hospital situado a um raio de 50 quilómetros do Royal Vitoria. Foi bastante duro porque perdi o meu trabalho e, por outro lado, fui para uma especialidade de "nursing" que não era a minha, a Geriatria. A bem dizer, não gostava
Geriatria é tratar das pessoas idosas. É a ciência que estuda as pessoas de terceira idade e mais. Era um ramo completamente diferente daquele em que estava habituado. Trabalhava em Cirurgia, um ramo mais gratificante, onde as pessoas entravam quase mortas mas saíam vivas. Já a Geriatria é um contraste grande. As pessoas entram no hospital e gradualmente vão perdendo as suas funções, a sua autonomia. Tornam-se dependentes. Ali ficam e morrem. Até podemos dizer que "cest un mouroir", uma espécie de corredor da morte. Mas, actualmente, adoro a Geriatria, a Gerontologia, por causa do contacto com os velhos.
Em 1992, fui convidado pela Ordem dos Enfermeiros e Enfermeiras Auxiliares do Quebeque para fazer parte da equipa de Inspecção Profissional. Desde então sou inspector, "enquêteur". Vou por todo o Quebeque fazer as inspecções gerais. Observo o trabalho dos enfermeiros e dos auxiliares, avalio as suas competências e vejo se está tudo correcto ou não. Desde essa altura que concilio os dois trabalhos: os doentes idosos e as inspecções profissionais. Estou bem.
Sociedade quebequense
"Grandes hospitaleiros"
Estou muito bem integrado na sociedade quebequense e penso que isso se deve sobretudo ao meu trabalho.
Relativamente aos quebequenses, todos nós temos defeitos e qualidades. Há quebequenses que são realmente excelentes pessoas e outros que o são menos, são "pourris". Não posso apontar defeitos nem qualidades. Contudo, há alguns aspectos que poderiam mudar. Por exemplo, quando eles vêem que um emigrante é capaz de se evidenciar mais do que os próprios, tratam-nos com um certo racismo. Por vezes dizem:
- "Immigrant va dans ton pays"
Porquê? Porque realmente, eles não procuraram trabalhar mais ou ir além dos estudos para se evidenciarem. Penso que este foi o maior defeito que encontrei em alguns quebequenses. Obviamente, que se trata de uma minoria.
Como virtudes: são grandes hospitaleiros, porque nos receberam e nos deram muitos apoios. Não tivemos esses apoios do nosso país de origem. Há uma excelente cultura quebequense. São muito boa gente
Já os quebequenses descendentes de portugueses, os nascidos cá, têm características diferentes. Estão bem integrados na sociedade portuguesa Acho que não têm problemas relativamente ao racismo.
Casamento
"Por procuração"
A minha família apoiou-me muito, mas passado um ano já estava muito bem desenrascado no inglês e no francês e fui arranjando as minhas coisas. A minha noiva tinha ficado nos Açores e para que pudesse trazê-la para o Canadá tivemos que nos casar no Civil por procuração. Só depois é que pude fazer o "demande de parrainage", a carta de chamada tradicional à minha esposa para vir para cá. Fui ao Consulado e fiz um documento que autorizava o pai dela ou outro representante a substituir-me no casamento do Civil nos Açores. Portanto, casámos pelo Civil seis meses depois. Passado um ano, ela veio para o Canadá e casámos finalmente "pela igreja". Fui eu que organizei tudo: o casamento, a casa, as mobílias.
Descendência
"Os meus filhos nasceram no Canadá"
Os meus filhos nasceram no Canadá. Fizeram o secundário na escola francesa e também andaram na escola portuguesa de Santa Cruz e Português do Atlantico. E acabaram por fazer o Cégep.
Costumes
"Tento transmitir a 100% a identidade portuguesa”
Do meu país de origem guardo muitas tradições e valores. Há tantas coisas importantes nos Açores. Pessoas de alto nível. Todas as qualidades a nível profissional. A minha terra é bonita e muito valiosa. É uma terra tão bonita, tão verdejante, tão acolhedora, tão calma. Poderia utilizar todos os predicados para defini-la. A minha ilha de São Miguel está enraizada em mim. O Canadá é muito bonito, mas a minha terra é muito valiosa.
Acho que é importante os meus filhos guardarem estes valores e tradições. Para manter as tradições comunicamos sempre em português em casa. Tento transmitir a 100% a identidade portuguesa aos meus filhos. Eles sabem todas as tradições de São Miguel e temos tantos objectos relativos à nossa ilha que eles acabam por gostar e manter essas mesmas tradições. Além disso, quando os nossos filhos viajam, sabendo que nós gostamos tanto das nossas origens, das nossas recordações e dos nossos objectos, compram-nos sempre qualquer coisa que a gente gosta, como peças em cerâmica. Alem disso, costumamos passar férias nos Açores, tanto eu como os meus filhos.
Acho importante estar ligado à comunidade portuguesa para não perder a minha identidade. Mas para quem tem carro não é necessário viver próximo da comunidade. Aliás, se até estiver um pouquinho distante melhor, porque alguns portugueses são mesquinhos e às vezes deixam a desejar. Gosto muito de viver com os portugueses, as também gosto muito de ser independente.
Sempre estive muito envolvido nas acções da comunidade portuguesa. Era animador pastoral na Igreja de Santa Cruz. Fazia canto e animação nas missas. Além disso, sempre que podia, principalmente quando havia procissões ou festas portuguesas e era necessário alguém "de la santé", dava o meu apoio. A partir de 1999 faço parte da Direcção da Casa dos Açores, onde actualmente assumo o cargo de presidente.
Novas gerações
"Não dão continuidade às nossas raízes"
Relativamente à nova geração de portugueses acho que é muito interessante, mas a única coisa que vejo é que é menos participativa na comunidade portuguesa. A maioria não se "implica". Estão cada vez menos participativos nas comunidades portuguesas. Até se pode dizer que estão mais envolvidos na comunidade quebequense do que na comunidade portuguesa. Eu próprio noto nos meus filhos, que embora gostem das tradições portuguesas, não costumam se envolver nas actividades da comunidade. Uma vez por outra vêm à associação para tomar café, mas não ficam muito tempo. O meu filho ainda fez parte do folclore durante seis anos e era bom dançarino, mas depois deixou. Pergunto-me:
- E vocês?
Quando digo "vocês", refiro-me aos que nasceram no Canadá, mas são portugueses Para esta nova geração, as tradições não lhes diz muito. Em primeiro lugar, não sabem o que é o passado. Agora, a nossa geração viu o que era o passado, sabe dos sofrimentos que padecemos como a falta de dinheiro, de educação, por falta de tantas coisas... Estes novos não Nasceram num país rico, com fartura e abundância. Diria que foram bebés com berço de ouro, então não podem visionar a realidade da mesma forma que nós. A cultura que têm é praticamente imposta. É pena
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