Projeto Memória dos Trabalhadores da Bacia de Campos
Entrevistado por Tânia Coelho
Depoimento Hericson da Silva Rios
Local Macaé, 17/06/2008
Realização Instituto Museu da Pessoa
Depoimento PETRO_CB408
Transcrito por Maria da Conceição Amaral da Silva
P – Qual é o seu nome completo, local e data de nascimento.
R – Hericson da Silva Rios. Data de nascimento: 24 de novembro de 1979. Nasci em Ribeirão Preto, São Paulo.
P – Qual é a sua formação? Você fez que curso?
R – Curso Técnico de Segurança do Trabalho.
P – E quando que você entrou para a Petrobrás e qual é a tua função atual?
R – Eu entrei na Petrobrás em 1997, como auxiliar administrativo. Hoje eu sou coordenador técnico em Segurança do Trabalho.
P – Como é que foi esse processo de você passar da área Administrativa para a área de segurança? Vem de alguma história sua anterior ou foi só dentro da empresa?
R – Na verdade eu, como eu trabalhava como assistente administrativo no Rio de Janeiro na General Canabarro Petrobrás, uma empresa que prestava serviço à Petrobrás, chamado Suporte Consultoria e Projetos. E lá eu já tinha o segundo grau completo, tal, já atuava também, que eu tenho uma formação de mestre de Tae Kun Do já dava aula. E eu queria fazer um curso técnico, porque o curso técnico é mais fácil de você até arrumar um emprego do que você, de repente, um curso superior. E eu fiz o curso na FAETEC.
P – Fez curso de quê?
R – Técnico de Segurança do Trabalho. Optei, ou seja, por Edificações em primeiro lugar, em segundo lugar eu optei por Técnico de Segurança do Trabalho. Minha nota para a área de Técnico de Segurança do Trabalho que eu passei, que eu não tive nota para passar para Edificações. Que eu nem conhecia, né, na área de Segurança do Trabalho eu só tive conhecimento através da escola técnica. Aí que eu fui vendo o que eu realmente queria. Comecei a me apaixonar e a gostar da profissão, onde que hoje...
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Entrevistado por Tânia Coelho
Depoimento Hericson da Silva Rios
Local Macaé, 17/06/2008
Realização Instituto Museu da Pessoa
Depoimento PETRO_CB408
Transcrito por Maria da Conceição Amaral da Silva
P – Qual é o seu nome completo, local e data de nascimento.
R – Hericson da Silva Rios. Data de nascimento: 24 de novembro de 1979. Nasci em Ribeirão Preto, São Paulo.
P – Qual é a sua formação? Você fez que curso?
R – Curso Técnico de Segurança do Trabalho.
P – E quando que você entrou para a Petrobrás e qual é a tua função atual?
R – Eu entrei na Petrobrás em 1997, como auxiliar administrativo. Hoje eu sou coordenador técnico em Segurança do Trabalho.
P – Como é que foi esse processo de você passar da área Administrativa para a área de segurança? Vem de alguma história sua anterior ou foi só dentro da empresa?
R – Na verdade eu, como eu trabalhava como assistente administrativo no Rio de Janeiro na General Canabarro Petrobrás, uma empresa que prestava serviço à Petrobrás, chamado Suporte Consultoria e Projetos. E lá eu já tinha o segundo grau completo, tal, já atuava também, que eu tenho uma formação de mestre de Tae Kun Do já dava aula. E eu queria fazer um curso técnico, porque o curso técnico é mais fácil de você até arrumar um emprego do que você, de repente, um curso superior. E eu fiz o curso na FAETEC.
P – Fez curso de quê?
R – Técnico de Segurança do Trabalho. Optei, ou seja, por Edificações em primeiro lugar, em segundo lugar eu optei por Técnico de Segurança do Trabalho. Minha nota para a área de Técnico de Segurança do Trabalho que eu passei, que eu não tive nota para passar para Edificações. Que eu nem conhecia, né, na área de Segurança do Trabalho eu só tive conhecimento através da escola técnica. Aí que eu fui vendo o que eu realmente queria. Comecei a me apaixonar e a gostar da profissão, onde que hoje estou.
P – Você falou correndo aí que você fez curso de técnico em Tae Kun Do, como é que é essa história? Mestre em Tae Kun Do?
R – Não, eu pratico Tae Kun Do desde quatro anos de idade. Foi através de um amigo que me chamou para ver uma academia, tal. Na época eu tinha vontade de fazer Kung Fu, não tinha conhecimento...
P – Quatro anos de idade você não tinha nem tempo para ir para a academia? (riso) Como é que é essa história? Conta direitinho.
R – Tipo assim, me chamou, porque tipo assim, meu colega já fazia Tae Kun Do, só que eu não conhecia a arte marcial em si. Toda criança geralmente sempre vê Super Amigos, alguma coisa, sempre tem vontade de fazer alguma coisa de arte marcial, alguma coisa assim. Pensa, se baseia num super herói, né? E o que acontece? Como eu via muito filme de Bruce Lee, tive vontade de fazer Kung Fu. Só que eu vi Kung Fu, não gostei muito não, a arte marcial em si, quando eu fui conhecê-la. Quando eu conheci o Tae Kun Do, através de um colega meu, eu vi que realmente era aquela arte marcial que eu queria aprender. E comecei aos quatro anos de idade, mais ou menos, e hoje eu tenho a formação de mestre, né? Eu passei a ser professor, me tornei faixa-preta com nove anos de idade, me tornei, nove anos de idade eu fui faixa-preta. Depois aos 17 anos eu comecei dar aula. Aos 17 anos de idade eu comecei dar aula, e hoje eu me tornei mestre. Sou campeão cinco vezes, brasileiro, né? Trinta e oito vezes regionais. Tive também a classificação para o Pan-americano o ano passado, só que eu fiquei desclassificado devido a uma lesão no joelho. Tive uma lesão no joelho, onde que eu fiz uma cirurgia. E fui cortado da seleção brasileira devido a essa lesão.
P – Então você é um campeão?
R – Com certeza. Luto para ser, me tornar um campeão e continuar sendo um campeão.
P – Você tem possibilidade de participar de outras Olimpíadas agora? Você tem alguma Olimpíada que você está se preparando?
R – Não pela idade, né, porque geralmente Olimpíadas vai até os 30, 31 anos de idade. E eu já estou chegando, ou seja, se eu for disputar seria o último Pan. Então, com certeza, eu vou atrás do meu objetivo. E também tive chance de participar de outros campeonatos também, campeonatos mundiais, só que eu não fui estava classificado - por devido o patrocínio. Porque nessa área de arte marcial patrocínio é muito fraco, ainda mais aqui no Brasil. La fora ainda é mais valorizado.
P – E essa prática do esporte ela te auxilia muito nessa área que você atua, área de Segurança?
R – Com certeza. Que a gente não, na área que a gente atua como técnico de segurança, onde que trabalha na área de Emergência Apoio e Segurança Industrial e Atendimento à emergência, a pessoa sendo um praticante de um esporte ajuda até no seu dia-a-dia. O jeito de você acordar, você acorda melhor disposto. O preparo físico, o você saber respirar corretamente. Postura. Isso ajuda muito no dia-a-dia do trabalho também.
P – Como é que é esse dia-a-dia, qual é a sua rotina? Chega as sete horas da manhã e aí?
R – Nosso horário de, assim, o horário que a gente trabalha aqui é de sete às sete. A gente trabalha em dois turnos, ou seja, 24 horas, a gente trabalha dois, folga dois. Só que a gente é apoio à emergência. É muito corrido, né? Tem dia que é um pouco mais calmo, a gente faz auditoria de PT. A gente verifica frente de trabalho dentro da área da Petrobrás, se tem alguma coisa conforme e não conforme. Se algumas pessoas estão correndo risco, se estão usando os EPIs adequados. Porque a gente aqui na verdade o técnico de segurança ele é um anjo de guarda. Ele evita que os funcionários, colaboradores que estão trabalhando dentro da área Petrobrás possam se machucar. A gente está resguardando ele para que evite se machucar, e que o trabalho possa dar continuidade normalmente, sem nenhum tipo de acidente.
P – E qual é o trabalho mais difícil desse anjo da guarda? O que é que para você foi mais difícil fazer?
R – Por enquanto não tive o mais difícil não, porque sempre existem coisas novas. E as coisas novas a gente tenta fazer o melhor, né? Tenta fazer o melhor. Dar o melhor de nós, e sempre estar colaborando o melhor possível, da melhor maneira possível. Graças a Deus eu nunca tive dificuldade de falar assim: "Ah, qual foi a coisa mais difícil?"
P – Mais triste, por exemplo?
R – Por enquanto não teve triste. Acho que sempre teve finais felizes.
P – Ai, que maravilha, tudo termina bem.
R – É, tudo termina bem.
P – Então os desafios são todos enfrentados com essa segurança de que vai dar certo?
R – Com certeza.
P – E não tem um grande desafio.
R – Não, não tem um grande desafio.
P – Não tem uma história que você diga: "Essa é inesquecível." Vê se você lembra de uma história, porque é uma área de, você lida muito com a emoção, né?
R – Com certeza.
P – Pessoas que você ajuda, ou que você resgata.
R – É, pessoas que passam um mal súbito, e tal, mas graças a Deus acho que não, sempre tudo acabou bem. Geralmente a gente pega assim ajuda, o setor Médico. Também tipo uma pessoa que teve mal súbito, a mulher grávida que de repente não tomou um café da manhã adequado acabou desmaiando, a gente ajuda no apoio. De resgate, auxiliando eles na maneira possível. Que a gente também, por mais que a gente atua na área de Segurança a gente também respeita os procedimentos médicos também. A gente trabalha de acordo com os procedimentos médicos e os de primeiros socorros.
P – Você já trabalhou embarcado?
R – Não, nunca trabalhei embarcado.
P – Lá os riscos são maiores também, né?
R – Com certeza. Os riscos são maiores.
P – Mais difícil. E você trabalhou no Rio e em Campos. Tem outro estado que você tenha trabalhado?
R – Não, não.
P – Você veio de São Paulo...
R – É, só que eu só nasci em São Paulo na verdade. Só nasci em São Paulo, mas fui criado minha vida inteira no Rio de Janeiro.
P – É, foi lá que você se tornou campeão.
R – Com certeza.
P – E você vê hoje esse crescimento da Petrobrás como fruto de que, exatamente? Quer dizer, você quando se coloca como um campeão dentro de uma empresa campeã, você imagina um futuro aqui dentro? Você imagina um projeto que é incalculável em termos, quer dizer, você consegue imaginar esse futuro, alguma coisa palpável?
R – É, acho que toda pessoa tem um sonho. Futuro a gente pode dizer que é sonho. Então toda pessoa tem um sonho, um objetivo, uma meta. Então se a gente tem uma meta, eu me tornei um campeão como sou, campeão de Tae Kun Do, e trabalho numa empresa que é campeã também e auto-suficiente em petróleo, que é a Petrobrás. Eu tenho orgulho de vestir essa camisa, e de estar numa empresa, trabalhando numa empresa, representando essa empresa, que é campeã e está desenvolvendo conforme a globalização, de acordo uma empresa de multinacional. Que sempre está procurando inovar, ver possibilidades melhores para os seus funcionários e para a população também. Tanto o impacto ambiental, evitando de risco de contaminações. E eu tenho orgulho, e tenho o objetivo também de crescer aqui conforme a empresa está crescendo. E tenho o objetivo de, de repente, até mudar, atuar também na área de Segurança mas como, na área superior. Na área de Meio ambiente, esse é o meu sonho.
P – E essa é uma área que cresce também muito aqui.
R – Com certeza. Eu acho que será a profissão do futuro. Porque tudo hoje em dia engloba o meio-ambiente.
P – Você mora em Macaé?
R – Moro em Rio das Ostras.
P – Rio das Ostras, beira da praia.
R – _____
P – E você sente que essa questão do meio-ambiente nessa área litorânea como alguma coisa que a população já tem consciência? Você consegue ver na população um reflexo de uma outra visão de mundo com, porque cresce em toda a empresa?
R – Na verdade eu acho que as pessoas ainda não têm essa consciência ainda. Essa consciência do meio-ambiente. O que é que o meio-ambiente oferece para a gente? O que é que a gente está fazendo para melhorar o meio-ambiente. Então eu acho que as pessoas têm que estar se conscientizando através de palestras, através de vídeos. Lendo também, de noticiários, televisão. Para poder ter o que? A ciência do que o meio-ambiente está se tornando. Se a gente não cuidar do nosso meio-ambiente não vai existir vida humana.
P – É porque você já trata do corpo. Você é professor de, você dá aula, você dá aula aqui, dá aula em Rio das Ostras? Como é que você...
R – Eu dou aula em Macaé, numa academia em Macaé.
P – E você sente que há um interesse grande dos jovens pela questão do meio-ambiente, do esporte? Você, juntando essas coisas, seus sonhos, né, alguns você já realizou, como por exemplo, ser coordenador de segurança numa área que você ama e dá aula. Você sente que isso tem uma repercussão, teu trabalho tem uma repercussão junto ao jovem?
R – Com certeza, com certeza. Sempre a gente pode estar passando isso, porque pela experiência que a gente tem, até com as crianças mesmo a gente vai aprendendo coisas novas que eles passam para a gente. A gente passa coisas para eles também. E, com certeza, essa área está crescendo muito, e os jovens hoje em dia, geralmente, as pessoas que praticam um esporte, geralmente é porque está idealizando alguma coisa, quer ser um vencedor. Ele sendo um vencedor ele passa a ter, a admirar outras áreas também que o instrutor está passando para ele. Então é importante até na, os pais mesmo estar passando para os seus filhos, o como o meio-ambiente também é importante para a gente. Se a gente não estiver cuidando dele, ou seja, botando os devidos lixos na sacola plástica, nos ambientes, no spot, nas reciclagens certas, corretas, coletando as reciclagens corretas para a gente poder fazer o que? Que o nosso meio-ambiente possa ter um ar puro, que a gente possa respirar o ar puro. Que através do meio-ambiente, o oxigênio, na verdade, é a primeira nossa alimentação. É mais importante que o nosso alimento. Primeiro o oxigênio, depois nossa alimentação, depois a nossa capacitação profissional. Onde que a gente possa elaborar e realizar metas, nossos objetivos.
P – E você coordena uma equipe de quantas pessoas na área de Segurança?
R – De cinco pessoas. É o total. É o coordenador técnico, dois técnicos e três auxiliares.
P – E são todas pessoas muito jovens também?
R – Com certeza, são pessoas na faixa etária mais menos de 18 a 40 anos no máximo. Mas, geralmente, a empresa aqui tem funcionários até os 32 anos, na área de Segurança Industrial.
P – E que atuam aqui nessa unidade?
R – Isso.
P – Você tem alguma dificuldade de comandar a equipe, a integração? Porque é gente que vem de todos os estados, né?
R – Verdade. Tem pessoa do Rio...
P – Como é que é essa convivência com a diversidade? E como voz de comando?
R – Assim, não tem, eu ainda não peguei dificuldade, por quê? Porque eu sempre deixei claro com o pessoal que se somos uma equipe a gente tem que ser uma equipe. A equipe é o que? É ter um cabeça que possa orientar. O coordenador, na verdade, ele é só os olhos da equipe. Ele vai ver a melhor coisa possível que a equipe possa estar atuando e possa estar crescendo junto. O coordenador não é coordenador se não tiver auxiliar. E um técnico, ele não é um técnico se não tiver auxiliar também. Então, ou seja, é uma forma de crescimento, é uma forma crescente. Vem do auxiliar, auxiliar técnico, técnico de segurança e o coordenador. Então a gente sempre vai fazer o que? A gente tenta fazer o melhor possível. Porque não é você, não é um que vai levar o nome, a equipe toda. Então se um estiver atuando bem, se outro estiver atuando bem, a equipe atuará bem. Então o nome é para a equipe, e não individualismo. Não existe individualismo entre a gente.
P – E você tem alguma questão que você considera importante que eu não fiz nenhuma pergunta? Uma história que você gostaria de contar para encerrar nossa entrevista?
R – Acho que no momento não. A única coisa que eu tenho a agradecer a oportunidade de estar entrevistando aqui, e fazer parte dessa empresa, né? Que está desenvolvendo a cada dia mais, conforme a globalização. E tenho orgulho de ser brasileiro e estar trabalhando em uma empresa que é totalmente brasileira, 100% brasileira.
P – E esse projeto de resgatar a memória ouvindo as pessoas, ouvindo os trabalhadores, você acha que ele trás algum benefício para, também para os trabalhadores quando a gente sai, o Museu da Pessoa sai para ouvir nas várias unidades os funcionários da Petrobrás?
R – Sim. Sim porque cada função, ou pode ser até a mesma função, cada um tem uma história diferente, né? E às vezes as pessoas vivenciaram coisas parecidas, e às vezes pensaram até em desistir. Tem um sonho de repente para trabalhar na Petrobrás, estar prestando serviço na Petrobrás e acabou desistindo. Não chegou nem no meio do caminho, já desistiu. Então através da nossa história existe um modo de as pessoas verem nossa entrevista e se espelharem. De repente isso servir como espelho para poder o que? Dar força para ela assim: "Se ele conseguiu, porque é que eu não posso conseguir?"
P – Muito obrigada.
R – De nada.
(FIM DA ENTREVISTA)
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